Sindicalistas debatem impactos do fim da escala 6x1 em audiência pública no Senado

Uma comitiva de dirigentes sindicais do Macrossetor da Indústria CUT participou na quarta-feira (13/8) de uma Audiência Pública no Senado Federal com o objetivo de debater a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1. Cláudio Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom-CUT) integrou a comitiva.

O sindicalista defendeu que a pauta beneficiará milhares de trabalhadores e trabalhadoras dos setores representados pela Conticom-CUT.

“Essa pauta traz à categoria maiores oportunidades para uma vida melhor e mais saudável, assim como o fim da terceirização e da pejotização irrestrita, que também é uma pauta de extrema relevância para os trabalhadores e trabalhadoras do ramo”, avaliou.

Claudinho também participou da ação de entrega a diversos parlamentares do abaixo-assinado dos trabalhadores e trabalhadoras de diversos setores industriais fortalecendo a reivindicação sobre a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e fim da escala 6x1.

Saúde e igualdade

A coordenadora do Macrossetor Indústria da CUT, Cida Trajano, aproveitou o evento para defender que a atual escala de trabalho adotada no Brasil tem consequências que transcendem os aspectos meramente trabalhistas.

“Isso vai muito além da questão trabalhista. A jornada de trabalho atual e a escala 6x1 têm consequências diretas na saúde e na qualidade de vida das pessoas, principalmente das mulheres. Trata-se, portanto, de uma transformação social urgente para garantir mais segurança, saúde e qualidade de vida às trabalhadoras e trabalhadores”, ressaltou Cida, que também é presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV).

A sindicalista também destacou a importância de se defender a justiça salarial e o cumprimento efetivo da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

“Nossa luta é para reduzir a jornada mantendo os salários. Em nosso país há uma injustiça salarial muito forte que divide não só os setores produtivos, mas também a sociedade. Homens ainda são privilegiados, enquanto as mulheres têm as piores condições salariais e menos oportunidades no mercado de trabalho”, disse Cida Trajano.

A audiência pública foi requerida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e contou com a participação de diversos parlamentares, incluindo a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a escala de trabalho 6x1. 

O abaixo-assinado, com assinaturas colhidas em todo o país, também foi entregue ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que se comprometeu a dar andamento a essa pauta na Câmara dos Deputados.