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Dilma derrota o atraso e é eleita a primeira mulher presidente do Brasil

A candidata da Coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, Dilma Rousseff, do PT, foi eleita(...)

Publicado: 31 Outubro, 2010 - 23h52

Escrito por: Conticom

A candidata da Coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, Dilma Rousseff, do PT, foi eleita neste domingo, 31 de outubro de 2010, a primeira mulher presidente da República do Brasil.

 

Com 100% das urnas apuradas, Dilma Rousseff alcança 55,7 milhões de votos (56% dos válidos). O candidato da coligação “O Brasil Pode Mais”, do PSDB-DEM, José Serra, somou 43,7 milhões de votos (44% dos válidos).

 

A vitória de Dilma, que assume a presidência no dia 1º de janeiro de 2011, foi proclamada pelo Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, por volta das 20h30, quando pouco mais de 90% dos votos estavam apurados.

 

Foi uma vitória acachapante (como diria o New York Times) para quem jamais disputou um cargo eletivo contra quem já é calejado em disputas eleitorais. Foi sim, uma surra, com mais de 12 milhões de votos de diferença, apesar dos comentaristas da grande imprensa minimizarem.

 

Logo depois do anúncio do ministro do TSE, a expectativa era pelos pronunciamentos tanto do derrotado José Serra, quanto da vitoriosa Dilma Rousseff. Para a surpresa de todos, foi Dilma quem surgiu primeiro para falar ao público. Em seu pronunciamento agradeceu ao povo que confiou e depositou o seu voto. Destacou o papel das mulheres, demonstrando o desejo de que esse “fato até hoje inédito (a eleição de uma mulher na Presidência) fosse um evento natural”. "A igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia", completou.

 

Dilma prometeu respeitar a Constituição, destacou as realizações do governo Lula, quando emocionou-se ao citá-lo.

 

Outro lado

 

O candidato tucano, por sua vez, manteve à risca o seu padrão de conduta nessa conduta. Em qualquer país civilizado, o candidato derrotado em uma disputa dessa grandeza, vem à público, antes do vencedor, para os seus agradecimentos e dar os parabéns ao vitorioso.

 

Serra não foi humilde para reconhecer que perdeu, mais uma vez. Falou depois de ouvir Dilma. Quer dizer, falou e não disse nada, porque depois de quase 15 minutos a única frase de efeito que foi possível extrair foi um batido e surrado “a luta continua”.

 

O povo venceu

 

Novamente, a grande maioria do povo brasileiro rejeitou nas urnas o retrocesso neoliberal e apostou na continuidade e no aprofundamento do processo de mudança iniciado pelos governos Lula. Mais uma vez, as teses das privatizações foram colocadas de lado. O caso do Pré-Sal foi simbólico. O povo, assim como Dilma, defenderam o Pré-Sal controlados pela Nação e não pelas transnacionais como queria José Serra.

Os tucanos, que não souberam defender a Petrobras durante as eleições presidenciais de 2002, agora, repetiram a dose. Depois de passar a campanha inteira mal explicando o quê fariam com a maior estatal brasileira e uma das maiores empresas do mundo, às vésperas do início das eleições, ao divulgarem o Plano de Governo, deixaram cair a máscara e, novamente, estava lá a intenção da privatização do Pré-Sal.

 

A vitória de Dilma fortalece o projeto de um país soberano, grande e desenvolvido com os movimentos sociais e partidários de esquerda à frente desse processo. E, em particular as mulheres que iniciaram uma grande virada na luta secular pela conquista da igualdade de direitos. Uma vitória da democracia.

 

O governo Dilma terá mais “facilidades” do que Lula teve em seus dois mandatos. Dilma terá maioria no Senado e na Câmara, além de maioria entre os governadores.

 

A coligação entre os 10 partidos que levaram Dilma ao poder (PT e PMDB à frente) têm condições estruturais para aprofundar as mudanças que o Brasil tanto precisa. Agora é hora de consolidar a presença do Brasil no cenário internacional com um sólido caixa financeiro, ter uma lei que balize as comunicações no País, de fazer a reforma tributária e política, além de aprofundar os meios que levem educação, saúde e infraestrutura a todos os cantos do país.