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Dirigentes da CONTICOM participam de curso de formação e capacitação sindical

Dentre os assuntos abordados, estão as novas formas de organização e fortalecimento da ação sindical nos locais de trabalho.

Publicado: 19 Junho, 2019 - 17h13

Escrito por: Redação CONTICOM

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                De 10 a 13 de junho, em Recife, 34 dirigentes ligados às entidades que compõem o Macrossetor da Indústria da CUT (MSI), com base sindical em diversos estados das regiões norte e nordeste, participaram do primeiro de 3 módulos do curso denominado “Formação e Capacitação Sindical – Resistência, Organização e Luta”.

                O curso é realizado pelo MSI, com apoio do Solidarity Center da AFL-CIO e participação dos ramos cutistas da alimentação (CONTAC), metalúrgicos (CNM), químicos (CNQ), vestuário (CNTRV), construção civil (CONTICOM) e Sinergia/CUT (Eletricitários). Para os representantes da CONTICOM, “a atividade formativa propiciou um excelente aprendizado, troca de experiências e debates essenciais sobre o presente e o futuro do movimento sindical brasileiro”. Estão inscritos os dirigentes Claudio Guedes de Jesus e Edilson Luis, ambos do Sindicato de  Candeiras/BA; Flávio dos Braga e Janaina Luiz Monteiro, de João Pessoa, e José Augusto de Souza, do Sindicato Marreta (Pernambuco).

                Com a programação voltada para o levantamento e troca de experiências sobre a organização dos sindicatos desde os locais de trabalho, o módulo abordou a conjuntura sindical após a reforma trabalhista de 2017, fazendo uma conexão entre as experiências nacionais e internacionais e as possibilidades de implementação de novas formas organizativas nos locais de trabalho. “Em todo o mundo, os ataques às organizações sindicais são cada vez mais intensos. O Brasil vive um de seus piores momentos com relação às práticas antissindicais. Em meio a esta conjuntura, nosso desafio é encontrar caminhos para novas formas de organização e resistência”, aponta Paula Melli, uma das educadoras responsáveis pela primeira etapa do curso.

 

Experiências inovadoras

 

                Para Jana Silverman, que representa o Solidarity Center, entidade ligada à AFL-CIO, uma das maiores organizações sindicais dos Estados Unidos e Canadá, existem experiências dentro e fora do Brasil que podem ser adequadas à realidade de muitos sindicatos. “O movimento sindical não é igual. Mesmo dentro do mesmo país, sob o mesmo tipo de legislação, existem formas diferentes de organização. Por isso é tão importante observar as experiências positivas: dentro e fora do país”, apontou.

                A coordenadora do Macrossetor da Indústria da CUT, Cida Trajano, participou do curso via videoconferência e explicou as características e desafios da organização política/sindical do Macrossetor, que também representa uma experiência inovadora.  Também se integraram ao curso por meio de videoconferência, os sindicalistas Raimundo Suzart (Químicos do ABC) e Cristina Neves (Metalúrgicos do ABC).

 

Especialistas

 

                O curso contou ainda com análises e palestras de especialistas. Jackeline Natal, do DIEESE,  Roberto Veras, da UFPE, e o Deputado Federal Carlos Veras (PT/PE) falaram sobre conjuntura e apresentaram dados que influenciam nas relações de trabalho. O curso contou ainda com a presença do presidente da CUT Estadual Pernambuco, Paulo Rocha.

 

Sinergia é exemplo de inovação

 

                Durante o módulo, a educadora Darlene Testa relatou a experiência do projeto Sinergia CUT/SP, de construção de uma entidade em nível estadual, articulando diversos sindicatos,  “driblando” a estrutura sindical oficial e consolidando um modelo capaz de responder ao desafio colocado aos trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico  frente à estrutura sindical e o perfil das empresas. “A convicção de que o trabalhador/a já não se enquadrava mais na categoria profissional dos eletricitários ou gasistas pela reestruturação do setor que introduziu na matriz energética e outros segmentos para geração de energia, possibilitou a construção de um sindicato que integra essas entidades,  representando trabalhadores/as do setor de energia elétrica e gás canalizado, numa organização estadual capaz de superar desafios da organização e negociação coletiva em empresas que atuam em todo o Estado de São Paulo e em outras regiões do país”, além do desafio da sustentação financeira, pois sindicatos pequenos tendem a sofrer mais.

                Esta e outras experiências organizativas do movimento sindical brasileiro, como o Sistema Único de Representação (SUR) e Comissões de Fábrica, ambas presentes na região do ABC paulista, serviram de exemplo aos cursistas sobre novas formas de organização tanto nos locais de trabalho, quanto das estruturas sindicais. 

 

Percurso formativo

                O curso está estruturado em 3 módulos. Além das regiões norte/nordeste, o programa contemplará as regiões Sudeste e sul. Atividades intermódulos integrarão a carga horária do percurso formativo. Os cursistas receberam a tarefa de elaborar e executar um plano de ação de acordo com o campo de atuação sindical.

 

Próximas etapas

                O módulo 2, programado para acontecer nos dias 7, 8 e 9 de agosto, será sobre negociação coletiva e o terceiro e último módulo abordará temas relacionados à comunicação e ação sindical.

Fotos enviadas pelos participantes: