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CONTICOM participa de evento da OIT sobre inclusão de deficientes no mercado de trabalho

“Setor é um dos que mais geram incapacidade física”

Publicado: 21 Março, 2019 - 17h45

Escrito por: Redação CONTICOM

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                De 11 a 15 de março, na cidade de São Paulo, foi realizado o Seminário denominado “Ação Sindical em Relação ao Trabalho Decente para Pessoas com Deficiência Física”. O evento foi  promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),  em parceria com o Dieese e diversas entidades sindicais brasileiras e internacionais, dentre elas a ICM e a  CONTICOM,  que teve como representante o dirigente Domingos Oliveira.

                Durante o encontro, temas como ação sindical com vistas à promoção do trabalho digno  para pessoas com deficiência, políticas de emprego e recrutamento, formação profissional e garantia de direitos, foram amplamente debatidos pelos participantes que destacaram ações possíveis para dar visibilidade ao tema e combater todas as formas de preconceito contra estes trabalhadores. “Falta conhecimento e preparo em todos os segmentos da sociedade para lidar com este tema”, destacou Domingos.

 

Ação Sindical

                Domingos destacou ainda que o encontro foi fundamental para despertar a consciência crítica dos dirigentes sindicais sobre o tema. “De forma geral, os sindicatos brasileiros não se empenham em promover ações voltadas para os trabalhadores com deficiência. Não temos um banco de dados específico e nem desenvolvemos ações de mapeamento das empresas. A Lei de Cotas raramente é tema das negociações e contratações coletivas. Nesse sentido, a troca de experiências entre os participantes do Seminário nos levou a reconhecer que é preciso um amplo debate sindical sobre o assunto”, relata o sindicalista.

 

Setor da construção é um dos maiores geradores de deficiência

                O Seminário reforçou que a inclusão é possível em todos os departamentos da grande maioria das empresas. O problema está no preconceito que ainda é muito forte, tanto por parte dos departamentos de recursos humanos, quanto dos próprios trabalhadores e entidades sindicais.  “No setor da construção, por exemplo, mesmo nos canteiros  é possível incluir deficientes”, reforça Domingos.

                Durante os debates, o setor da construção ganhou destaque pelo fato de ser um dos que mais geram deficiência nos trabalhadores e, ao mesmo tempo, não promove a inclusão na mesma intensidade. “Nosso setor gera muitos deficientes. Basta observar o número de mutilações, perda de capacidade por quedas, soterramento, choques elétricos e tantos outros fatores. Isso precisa começar a fazer parte da nossa pauta nas negociações coletivas” aponta Domingos.

 

Mulheres, negros e LGBT

                Se para os homens deficientes ter uma oportunidade de trabalho decente é algo raro, para as mulheres deficientes é ainda mais.

                Outro grupo social duplamente vítima de preconceito é formado por pessoas deficientes cuja identidade de gênero ou orientação sexual não se enquadram à sociedade heteronormativa. A questão racial também é um elemento a ser considerado neste debate.

                Para domingos, “existe um acúmulo de preconceitos que afeta de forma desumana os trabalhadores e trabalhadoras com deficiência e isso implica diretamente na qualidade do emprego e nas condições de salário e trabalho”.