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ICM denuncia Vale e destaca necessidade de fiscalizar as barragens de rejeito

Evento em MG contou com participação da Conticom, Federações e Sindicatos de 8 estados

Publicado: 02 Outubro, 2017 - 08h16

Escrito por: Leonardo Severo

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O evento realizado pela ICM na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, semana passada, não poderia ter sido realizado em momento mais propício. O encontro calou, com inúmeras informações, a irresponsável declaração do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, que reduziu o crime cometido pela Vale no rompimento da barragem de rejeitos de Mariana a um simples “acidente”.

Com base nesta ajudinha de Temer, a empresa não apenas quer deixar de pagar as indenizações, como retomar as operações no local, onde há quase dois anos cometeu o maior crime ambiental da história do país. Em novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão matou 19 pessoas, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e contaminou com lama de rejeitos a Bacia do Rio Doce. Até agora ninguém foi para a cadeia e a ação criminal está suspensa.

ALERTA -Na avaliação do vice-presidente da Conticom, Luiz de Queiroz, “é fundamental lembrar que os companheiros já haviam detectado a existência de inúmeros problemas no local de trabalho e que, mesmo alertada, a empresa nada fez”. “Hoje,  temos um enorme impacto social e ambiental, da terra e da água, com a contaminação do rio Doce que corta os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e que já atinge até parte do mar da Bahia com materiais pesados, levando à mortandade de peixes. Também vemos a multiplicação dos problemas psicológicos, com muitos suicídios. São inúmeros os sonhos que foram levados pela lama”, acrescentou. Para Luizinho, “a Vale está apenas enfeitando o pavão, ao fazer pequenos investimentos em arborização e embelezamento”.

SAÚDE E SEGURANÇA - “Infelizmente, a realidade dos trabalhadores em barragens, sua saúde e segurança, sua organização no local de trabalho, o acesso dos seus sindicatos às obras, o diálogo sobre a situação do entorno e os impactos de obras deste porte,tudo isso é desconsiderado. Isso vale para as grandes obras”, destacou Luizinho.

TEMA ESTRATÉGICO -O vice-presidente da Conticom ressaltou que o fato da ICM ter feito um encontro sobre barragens reflete a relevância que o tema adquiriu. “Tivemos a presença de lideranças sindicais dos trabalhadores de três Federações - Construção, Mineração e Urbanitáros, de sindicatos de oito estados, do governo de Minas Gerais, de representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Assembleia L egislativa de MG. Nossos parabéns à ICM e ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de Minas Gerais (Siticop-MG”, concluiu.

REPRESENTAÇÃO CUTISTA - Além de Luizinho, participaram expressivas lideranças cutistas como Wilson Geraldo, presidente da  Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais (Feticom-MG) e Raimundo Ribeiro Santos Filho (Bahia), presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Paraná (Sintrapav-PR).