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Trabalhadores em obra pública são resgatados de condições precárias de moradia e de trabalho

Eles construíam uma creche em Mogi das Cruzes. Ação sindical foi determinante para o resgate

Publicado: 13 Fevereiro, 2020 - 18h41

Escrito por: Redação CONTICOM, com informações do SINTRAMOG

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                Na última terça-feira, 11, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Mobiliário de Mogi das Cruzes, Suzano e região, SINTRAMOG, levou às autoridades públicas uma denúncia de que trabalhadores da Construtora Suzuki estavam alojados em barraco instalado no terreno da obra, sem nenhuma condição para moradia. Além disso, trabalhavam em péssimas condições, inclusive com carga horária extenuante, sem refeição adequada, sem registro em carteira e com salários atrasados. Eles construíam uma creche pública no Bairro de Brás Cubas, em Mogi.

O Sindicato fiscalizou a obra e constatou que o alojamento não oferecia condições mínimas de segurança, conforte e higiene e levou o caso à Agência Regional do Trabalho e Emprego. “Não somos daqui e só porque precisamos muito, eles acham que podem fazer isso com a gente”, diz trabalhador em vídeo divulgado pelo WhatsApp (ASSISTA).

“Fomos até o local e vimos que não se tratava apenas de um desrespeito à Convenção Coletiva do Sindicato e à legislação trabalhista, mas de uma situação de trabalho extremamente precária e degradante”, explica o presidente do SINTRAMOG, Josemar Bernardes.

Segundo o sindicalista, os trabalhadores foram resgatados imediatamente e hospedados em um hotel próximo à subsede do Sindicato em Suzano, onde receberão toda assistência necessária para garantir o registro em carteira de trabalho retroativo, pagamento das verbas rescisórias e passagem para o retorno à cidade Icó, localizada no Estado do Ceará.

 

“Isso parece que não tem fim”, lamenta presidente do Sindicato

                “Essas empresas se aproveitam da vulnerabilidade social e do desemprego, principalmente em cidades pequenas das regiões norte/nordeste, para explorar ao máximo esses trabalhadores. Infelizmente, esse tipo de flagrante é muito comum nas capitais e regiões metropolitanas”, denuncia Josemar.

 Para Luiz Queiróz, dirigente da CONTICOM, esse tipo de crime aumentou após a reforma trabalhista. “Há um processo de desregulamentação das leis trabalhistas e isso impacta diretamente na qualidade do trabalho na construção. Muitas empresas se sentem mais à vontade para cometer crimes como este flagrado em Mogi, que por se tratar de uma obra pública, é ainda mais grave e revela o descaso do poder público com ralação aos trabalhadores terceirizados”.