Trabalhadores tomam ruas de Itaboraí/RJ por empregos e volta do Comperj

O movimento foi em reação ao anúncio da Petrobras de que as obras seriam retomadas apenas com empresas estrangeiras

Trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), fizeram na última terça-feira (31), uma grande passeata pelas ruas da cidade pedindo a volta das obras na unidade. O ato foi organizado pelos Sindicatos da Construção Pesada (Sintramon), da Construção Civil (Sintracom), e pelo Sindicato dos Metalúrgicos, e percorreu cerca de cinco quilômetros partindo do Trevo da Reta até a Prefeitura, no centro da cidade.

O movimento é uma reação ao anúncio da Petrobras, em janeiro, de que as obras na Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) seriam retomadas em 2018 e apenas com empresas estrangeiras. A unidade de processamento é considerada essencial para atender o gás que será produzido nos campos do pré-sal na Bacia de Santos.
A polícia reprimiu o ato e chegou a prender dois diretores do Sintamon, Elton da Silva e Elivaldo (Bahia), e um trabalhador.

Segundo Manoel Vaz de Lima, Manoelzinho, presidente do Sinticom, “O comércio local deixou de empregar milhares de famílias. Todos estão perdendo com a paralisação do Comperj. Os grandes, médios e pequenos empresários estão fechando as portas. Isso faz com que a criminalidade aumente. A retomada imediata das obras é boa pra todo mundo”.
Paulo César Quintanilha, presidente do Sintramon, reforçou que o ato é apenas o primeiro de uma série programada para 2017. “Temos uma nova data já agendada para 16 de março. As mobilizações irão acontecer até que a Petrobras escute os trabalhadores”, disse.

Para Marcos Hartung, vice presidente do Sintramon, “6 mil empregos diretos geram cerca de 10 mil indiretos na cidade, essa luta é por toda a região. Nosso movimento é no sentido de acelerar o reinicio das obras, vamos continuar lutando”.