Escrito por: Redação CONTICOM
Evento que reuniu na Paraíba mais de 80 de dirigentes sindicais de todo o Brasil debateu pautas fundamentais para trabalhadores/as da construção e os impactos da conjuntura política e econômica
Com a expressiva participação de 85 dirigentes sindicais de todo o Brasil, a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da CUT (Conticom) realizou nos dias 18 e 19 de setembro, João Pessoa (PB), a edição 2025 do seu já tradicional Seminário Nacional, um fórum de debates para as estratégias sindicais ante uma conjuntura que impacta diretamente o setor.
De acordo com Cláudio Gomes, presidente da Conticom-CUT, o evento deste ano aconteceu em um momento especial da conjuntura econômica e política do país, com impactos que precisam ser debatidos pelas organizações sindicais dos setores representados pela confederação.
"Vivemos um momento crucial em relação à conjuntura econômica e política do nosso país e por isso eventos como esse Seminário são fundamentais para definir as estratégias da luta sindical ante este cenário", afirma Gomes.
Pauta variada
Além da análise de conjuntura e da definição das estratégias da luta sindical para o próximo período, o Seminário Nacional da Conticom-CUT também contou com mesas temáticas que abordaram a inclusão de mulheres no setor e no movimento sindical, organização da juventude, situação dos trabalhadores(as) migrantes, campanhas salariais e desafios setoriais (mármore, móveis e montagem industrial).
O Seminário apontou que o setor da construção vive uma crise de mão de obra que afeta todas as regiões do país. No Sudeste, empresas buscam trabalhadores de outras regiões, especialmente do Nordeste, mas nem sempre garantem direitos.
Neste sentido, os debates em João Pessoa apontaram que a ação sindical é o ponto fundamental para a garantia de direitos e condições dignas de trabalho e moradia a esses migrantes presentes no setor.
Os dirigentes sindicais dos vários estados representados no Seminário também apresentaram as ações, avanços e desafios das organizações sindicais nas campanhas salariais deste ano.
Mulheres e jovens
O debate sobre questões relacionadas à juventude e gênero e a ampliação da presença feminina na base e nos sindicatos do ramo da construção e madeira, abriu um capítulo especial ao tema do combate ao assédio moral e sexual no trabalho que atinge, principalmente, as mulheres.
"Precisamos garantir cada vez mais as condições necessárias para mulheres e jovens terem igualdade de oportunidades no trabalho e no movimento sindical", destacou Dulcilene Morais, titular da Secretaria de Mulheres da Conticom-CUT.
Além de várias mulheres dirigentes dos sindicatos filiados, a mesa contou com a presença da Dra. Regina Célia Barbosa, filósofa, cientista política, professora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha, entidade da qual é co-fundadora. Regina Célia também é especialista em gênero e equidade racial e ex-secretária da Mulher de Pernambuco.
Engajamento fundamental
Em seu discurso de abertura do Seminário, o presidente da Conticom-CUT falou sobre a conjuntura política do país e destacou a importância de os dirigentes de uma categoria numerosa e forte como a da construção civil se engajarem no processo político de 2026.
“Temos a confiança dos trabalhadores e trabalhadoras, e justamente por isso temos a responsabilidade de indicar quais agentes políticos queremos no Congresso Nacional nas eleições do próximo ano”, convocou Gomes.
Ao final do Seminário os participantes se reuniram para uma manifestação política em prol da mobilização de toda a categoria na luta contra a aprovação de projetos propostos pela extrema direita, como o que defende a anistia aos condenados por atos golpistas e outro que estabelece uma blindagem excepcional a parlamentares contra investigações e processos criminais e civis.