Escrito por: Redação CUT

Presidente da CUT chama para ato no dia 18 e diz que ‘democracia veio para ficar’

Presidente da CUT chama para ato no dia 18 e diz que ‘democracia veio para ficar’.

A CUT e as demais centrais sindicais e movimentos sociais se preparam para atos pelo país no próximo dia 18 (quarta-feira) , que originalmente seriam em defesa da educação, mas ganharam outro significado após declarações de Jair Bolsonaro que, segundo os dirigentes, atacam a democracia.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que Jair Bolsonaro ( sem partido) deixou claro que seu projeto é “autoritário”,  ao participar da convocação de um ato com manifestações favoráveis ao fechamento do Congresso e do Supremo Trabalho Federal.

“A classe trabalhadora só avança no ambiente da democracia. Dia 18 temos uma missão importante, que é parar este país. A democracia veio para ficar no Brasil”, afirmou o dirigente da CUT, durante o encontro de sindicalistas filiados a diversos partidos, como PT, PDT, PCdoB, PPL e SD, entre outros, com o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), nesta terça-feira (3), no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Já o presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que “o país está atônito” e que “é preciso buscar pensamentos que unifiquem a nação”.

Segundo ele, a população “não tem perspectiva de melhora”, com o país enfrentando aumento da informalidade e “coisas que vão além da legalidade”. É preciso retomar políticas públicas, como a de valorização do salário mínimo, defendeu o dirigente.

Quase ao final do encontro, representantes de seis centrais entregaram a Flávio Dino um documento com a chamada “agenda prioritária” para a retomada do desenvolvimento. O texto de consenso com propostas para o país foi aprovado originalmente em 2010 e teve atualizações desde então.

Retrocesso civilizatório

O país vive hoje um “profundo retrocesso civilizatório”, avalia o presidente da CTB, Adilson Araújo, enquanto os movimentos sociais “perderam a narrativa” e precisam reagir, intensificando o debate político e valorizando os sindicatos, que representam a principal resistência contra o governo e por isso são atacados. No atual cenário, a desigualdade vai aumentar, previu Adilson, lembrando ainda dos efeitos negativos da “reforma” da Previdência. “Muita gente vai morrer e não vai encontrar caixa eletrônico no céu.”

Para o presidente da CSB, Antonio Neto, o movimento sindical passa por um período de “letargia”, enquanto a direita “perdeu a vergonha”. Ele também fez referência à divulgação de um vídeo por Bolsonaro sobre o ato do dia 15, pró governo.

“Soltar aquele vídeo e depois desmentir, mentindo, é uma pouca vergonha”, afirmou. Com a tendência de desindustrialização do país, ironizou, a CNI, entidade patronal, vai passar a se chamar “Confederação Nacional dos Importadores”.

Já o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, afirmou que Bolsonaro só agride jornalistas nas entrevistas porque não tem o que responder. Ele também defendeu a formação de uma frente efetivamente ampla. “Todos aqueles que não querem a ditadura, que não querem fascismo, que defendem a democracia, têm de ser recebidos.” E se manifestou contra a ideia de deixar o presidente da República “sangrar”, se enfraquecendo: “Quem está sangrando é o povo, o trabalhador”.

Líder da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho, identifica “possibilidade real” de derrubar não só o governo, mas o projeto que ele representa. “É possível dar uma virada na situação política. Não é porque o cara tirou todos os nossos recursos financeiros que vamos parar de lutar.