Escrito por: Redação CONTICOM

PLR na MRV: Em Campinas, greve já dura mais de 30 dias. Em Campo Grande trabalhadores se mobilizam pelo direito ao benefício

“Luta deve ser nacional”, diz presidente da CONTICOM

                Enquanto trabalhadores da MRV enfrentam uma greve histórica em Campinas pelo pagamento de uma PLR justa, em Campo Grande, MS, o Sintracom organiza e mobiliza os trabalhadores da empresa pelo direito ao benefício.

                 Conforme publicado em um boletim do Sintracom (Leia Aqui), na região de Campo Grande, onde se concentram grandes obras da MRV, a empresa paga Participação nos Lucros e Resultados somente para trabalhadores administrativos. “Por aqui a situação é ainda pior que Campinas, pois sequer temos o direito garantido para todos. Os trabalhadores nas obras são os que realmente sustentam a lucratividade da empresa, mas eles não recebem nenhum centavo de PLR. Ao mesmo tempo em que a MRV se gaba em ser a empresa que mais cresce no país dentro do setor da construção civil, ela não reconhece o esforço de seus trabalhadores”, denunciou o sindicalista.

 

Campinas

                Nesta segunda-feira, 23, a greve dos trabalhadores da MRV Campinas completou 30 dias. A demora no julgamento no Tribunal Regional do Trabalho e a truculência da empresa transformaram o movimento em uma das maiores greves realizadas no Brasil nos últimos anos no setor da construção civil. “Nossa luta é por uma PLR justa, mas também reivindicamos melhores condições de trabalho. Temos, muitas vezes, que lavar copos descartáveis nas obras, já tivemos muitos casos de covid-19. Chega até a faltar papel higiênico”, relata o dirigente do Sindicato da Construção Civil, Montagem e Mobiliário de Campinas e Região (Sinticom Campinas), Juscelino Souza Júnior.

 

“Mobilização precisa ser nacional”

                Para Claudio Gomes, presidente da CONTICOM, é preciso uma mobilização nacional entorno da luta por PLR justa na MRV. “A greve de Campinas, a mobilização em Campo Grande e em várias cidades de outras regiões do país, revela a necessidade de uma luta conjunta por uma PLR Justa para todos os trabalhadores e trabalhadoras da MRV. A empresa se aproveita da pulverização da representação sindical para estabelecer regras diferentes em cada cidade,  mas cabe a nós o desafio de  articular uma mobilização nacional envolvendo os diversos sindicatos que têm obras da MRV em sua base de representação”, propôs Claudinho.

 

Iniciativa

                A CONTICOM tem realizado diversos debates entre as entidades filiadas com vistas ao fortalecimento de uma rede sindical com objetivo de unificar a pauta e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da MRV. Além da PLR, fazem parte do debate questões como condições de trabalho, prevenção à COVID-19 e melhores condições de trabalho.

“Sabemos o quanto é importante um acordo nacional ou acordos regionais padronizados que estabeleçam igualdade de direitos para todos que trabalham numa mesma empresa, independente da localização geográfica. A forma com que a MRV vem tratando a negociação coletiva, nos leva à implementação de uma estratégia mais ampla e unitária”, afirmou Claudinho.

 

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