Escrito por: Redação CONTICOM

CONTICOM-CUT planeja 2024 em cenário de alta em investimentos públicos

Na última Reunião da Direção Ampliada do ano, dirigentes sindicais dos ramos da construção e madeira debatem ações para garantir emprego decente e desenvolvimento social

Reprodução ICM
Presidente da CONTICOM, Claudio Silva, com a secretária-executiva da Casa Civil, Mirian Belchior

O ano de 2024 promete ser de grandes oportunidades – e também de enormes desafios – para o mundo do trabalho diante da expectativa de aumento significativo dos investimentos públicos vinculados aos principais projetos que sustentam a estratégia de desenvolvimento do governo federal.

Essa foi uma das conclusões da última Reunião da Direção Ampliada deste ano de 2023 da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (CONTICOM).

O encontro foi realizado de forma virtual na manhã da última quarta-feira (6/12) e reuniu dezenas de dirigentes de sindicatos dos ramos da construção e madeira filiados à Confederação.

 

Novo PAC

A reunião foi aberta com a apresentação do Novo PAC, o programa de investimentos coordenado pelo governo federal, em parceria com o setor privado, estados, municípios e movimentos sociais, com estimativa de aporte de R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até 2026. Segundo o governo, o Novo PAC prevê criar 4 milhões de vagas de trabalho, sendo 2,5 milhões de empregos diretos.

De acordo com Cláudio Gomes, presidente da CONTICOM-CUT e integrantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), o Novo PAC tem como uma das missões reativar o setor industrial brasileiro, que está em declínio há anos e atualmente responde apenas por menos de 12% da atividade econômica nacional – em 1980, esse índice era de 21,1% do PIB.

“Perdemos muito com a desindustrialização, e a proposta do governo é que investimentos do Novo PAC sejam direcionados à promoção da infraestrutura, melhoria da competitividade através do incentivo a setores de novas tecnologias e na geração de empregos de qualidade”, afirmou o dirigente.

 

Nos debates durante a Reunião Ampliada, sindicalistas destacaram a importância de se recompor o papel do estado como indutor dos investimentos e de que esses aportes sejam direcionados a empresas que respeitem as leis trabalhistas.

Cláudio também lembrou aos dirigentes da CONTICOM-CUT a necessidade de se lutar por avanços nos processos de formação profissional como uma das estratégias de melhorar a competitividade da economia brasileira.

“Muito da falta de competitividade da indústria nacional está ligada à falta de qualificação do trabalhador. Temos de cobrar uma melhor articulação entre formação profissional e demanda da mão-de-obra. A ideia é que a qualificação em uma determinada área aconteça onde exista um polo de desenvolvimento dessa área”, explica Gomes.

 

Minha Casa, Minha Vida

Na segunda parte da reunião, os dirigentes debateram os impactos para os setores representados pela CONTICOM-CUT do novo Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa habitacional criado pelo presidente Lula em 2009 e reativado, com melhorias, agora em seu terceiro mandato.

Segundo os dirigentes, um dos grandes desafios sindicais em relação ao MCMV é a garantia de processo de interlocução e diálogo social capaz de evitar que os investimentos do programa sejam direcionados a empresas que não respeitam as leis trabalhistas ou a empreiteiros que precarizam as relações de trabalho. 

“Não podemos ter obras feitas com recursos públicos por trabalhadores precarizados ou contratados como MEIs [Microempreendedores Individuais]. Temos de exigir condicionantes para garantir o trabalho decente”, diz o presidente da CONTICOM-CUT.