Escrito por: Redação CONTICOM
Trabalhadores seguem mobilizados em frente ao portão da Refinaria Capuava, em Mauá (SP); audiência na Justiça do Trabalho tenta acordo para pagamento de verbas rescisórias
O Sindicato da Construção e do Mobiliário de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (Construmob), entidade filiada à Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da CUT (Conticom), realiza desde a semana passada atos e mobilizações em solidariedade aos 459 trabalhadores demitidos por uma empresa terceirizada da Petrobras na Grande São Paulo. As atividades contam com amplo apoio dos sindicatos do ramo da construção e madeira de todo o estado de São Paulo.
Esses trabalhadores são contratados pela Propav, empresa que atuava na Refinaria Capuava (Recap), em Mauá, e estão mobilizados desde 17 de novembro depois que a terceirizada não pagou o adiantamento salarial e bloqueou benefícios como plano de saúde e odontológico.
Na última sexta-feira (1º), com apoio de diversos sindicatos, o Construmob realizou um grande ato que chegou a interromper o trânsito de veículos na avenida em frente à Recap como forma de denunciar o desrespeito da Propav com os trabalhadores e a falta de ação da Petrobras para solucionar a situação.
Está prevista para esta terça-feira (5/12), a primeira audiência de conciliação na Justiça do Trabalho de Mauá reunindo o sindicato e representantes da Propav e da Petrobras. Até então, a empresa havia proposto a demissão coletiva de todos os trabalhadores, com liberação do FGTS e do seguro-desemprego, mas com parcelamento das verbas rescisórias.
“Estamos em assembleia permanente, em frente ao portão da empresa todos os dias, à espera de uma solução justa para os trabalhadores. Propav e Petrobras já sinalizaram a possibilidade de um acordo para pagamento das verbas rescisórias, mas estamos atentos para o andamento da audiência”, disse Luiz Carlos Biazi, presidente do Construmob.
Entenda o caso
A Propav é uma empresa terceirizada da Petrobras que atua em plantas da petrolífera nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
A empresa deixou de pagar os salários e benefícios em Mauá depois de enfrentar o bloqueio judicial em suas contas por dívidas com bancos credores. Em novembro, a Propav pediu recuperação judicial e anunciou o encerramento do contrato com a Petrobras, com a consequente demissão dos funcionários.
Em negociação direta com o Sindicato e depois na Gerência Regional do Ministério do Trabalho, em Santo André, a pedido do Construmob, a empresa prometeu liberar o FGTS e o seguro-desemprego, além de realizar o primeiro pagamento do parcelamento das verbas rescisórias (salários atrasados, 13º e PLR) em 22 de dezembro.
De acordo com o presidente do Construmob, a empresa já encaminhou todas as rescisões para que o sindicato faça a baixa na Carteira de Trabalho dos demitidos e encaminhe os documentos necessários para o saque do FGTS e a requisição do seguro-desemprego.
Segundo o secretário-geral e de administração do Construmob, Mauro Coelho, o sindicato também está dialogando com representantes da Petrobras e das empresas terceirizadas que vão substituir a Propav para que os trabalhadores demitidos tenham prioridade na seleção e possam ser recontratados.
"Queremos garantir que aquele trabalhador e aquela trabalhadora que contribui há anos como terceirizado da Petrobras permaneça atuando na estatal", explica Coelho.
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Solidariedade
Nesta semana, em ação que contou com apoio dos petroleiros da Recap, através do Sindipetro, foi realizada uma grande distribuição de cestas básicas para as famílias dos trabalhadores e trabalhadoras que perderam seus empregos.
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