Evento em SP que antecedeu o 14º CONCUT reuniu sindicalistas do ramo industrial cutista e representantes do governo federal
A 1ª Conferência Nacional Macrossetor da Indústria da CUT foi realizada nesta quinta-feira (19), em São Paulo, com a presença de dirigentes sindicais do ramo industrial cutista e representantes do governo federal para debater os rumos da reindustrialização brasileira e avanços no modelo de organização sindical dos trabalhadores e trabalhadoras. .
O evento, que antecedeu o 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), teve em sua pauta de debates a proposta de criação de uma confederação que represente os seis ramos de trabalhadores industriais cutistas (metalúrgicos, construção, vestuário, alimentação, químicos e energia).
Diálogo com o governo federal
A mesa da Conferência contou, pelo lado do governo, com a presença via teleconferência da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e de representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão responsável pela elaboração da nova política industrial do país.
Pelo lado dos trabalhadores, destaque para a participação dos presidentes das confederações de ramos industriais cutistas, como Geralcino Teixeira (CNQ), Loricardo Oliveira (CNM), Cláudio Gomes (CONTICOM), Nelson Morelli (CONTAC), Carlos Alberto Alves (Sinergia CUT) e Aroaldo Oliveira (IndustriALL Brasil).
A abertura dos trabalhos ficou a cargo Cida Trajano, coordenadora do Macrossetor Indústria da CUT e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), e de Aparecido Donizeti, secretário-geral nacional da CUT.
A Conferência também realizou painel com o diagnóstico nacional da indústria e propostas do macrossetor. A apresentação ficou a cargo de Fausto Augusto Junior, diretor-técnico do DIEESE, e Rafael Marques, presidente do TID Brasil.
A força da construção
Os dados apresentados pelo Dieese durante a Conferência deram a dimensão da força do setor da construção na composição do PIB brasileiro. A observação é de Cláudio Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (CONTICOM).
Segundo o sindicalista, no quadro apresentado pelo DIEESE com os dez principais setores da indústria do Brasil, três deles são relacionados ao macrossetor da construção (Construção de Edifícios, Obras de Infraestrutura e Serviços Especializados para Construção).
Os percentuais somados desses três setores colocam a indústria da construção como o de maior participação no PIB, com 22%, seguido por Eletricidade e Gás (10,2%), Alimentos (9,5%) e Extração de Minerais Metálicos (6,3%). Os dados são do IBGE, coletados até 2020.
Cláudio Gomes lembrou ainda que essa participação tem potencial de crescer ainda mais nos próximos anos em função do Novo PAC e retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.