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Operários mantêm a mobilização em Jirau e pressionam para reverter demissões e garantir pagamentos

Trabalhadores da usina de Santo Antônio protestam contra presença da polícia civil nos canteiros

Publicado: 23 Março, 2012 - 17h26

Escrito por: Camila Caresia

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Dando continuidade à mobilização iniciada no último dia 12 por conta das precárias condições mantidas no canteiro da Enesa Engenharia, contratada pelo Consórcio Sustentável do Brasil (ESBR) para montagem dos geradores da Usina Hidrelétrica de Jirau, os trabalhadores mantiveram a greve nos canteiros, a qual aderiram os trabalhadores da Camargo Correa.
Não houve, por parte da Enesa Engenharia e da Camargo Correa, proposta de retomada da mesa de negociação. Assim, apoiadas na decisão judicial que decretou a ilegalidade da greve, começaram com as retaliações. Ambas demitiram trabalhadores por justa causa esta semana e a Enesa não fez sequer o pagamento do vale quinzenal.
O Sindicato da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) procurou junto com a Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira (Conticom/CUT), discutir com as empresas o restabelecimento da mesa de negociação a fim de que atendessem as reivindicações dos trabalhadores para que fosse revertidas as demissões e garantidos os pagamentos.
Além disso, a Conticom e o sindicato participaram das três reuniões da mesa tripartite em nível regional onde buscaram entendimento coletivo em busca de uma saída para todos. O governo tem pedido para que as empresas retomem a negociação, uma vez que judicializar a negociação não resolverá o problema.
Foi definido que ocorrerá uma assembleia dos trabalhadores na segunda feira, às 11 horas, para deliberar o retorno ou não às obras, condicionada à resposta positiva da Camargo Correa e da Enesa Engenharia em relação às reivindicações.
 
SANTO ANTONIO - Na última quinta-feira alguns operários da Usina de Santo Antonio promoveram uma manifestação contra a polícia civil que estava dentro do canteiro de obras. A Odebrecht, alegando falta de segurança, liberou todos os trabalhadores do período da noite.
No dia seguinte a empresa não disponibilizou transporte para os canteiros, sob a alegação de não haver segurança para reiniciar os trabalhos. Ao mesmo tempo, a empresa entrou na justiça com pedido de dissídio de greve e o tribunal ordenou que os trabalhadores voltassem às atividades, estabelecendo multa diária de R$ 100 mil para o Sindicato, sem que sequer houvesse paralisação por deliberação dos trabalhadores.
Neste período foi estabelecida a mesa de negociação entre os trabalhadores e a Odebrecht, onde está sendo discutido o retorno dos trabalhadores mediante um reajuste nos salários e no valor da cesta básica.
Na segunda-feira, às 7 horas, haverá uma assembléia com os trabalhadores da usina Santo Antonio para deliberar sobre a volta ou não ao trabalho.