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Compromisso que garante melhores condições de trabalho na construção ampliará democracia no país

CUT e Conticom marcam presença no ato de assinatura no Palácio do Planalto

Publicado: 05 Março, 2012 - 14h56

Escrito por: Marize Muniz e Leonardo Severo

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Depois de 19 reuniões e muitas discussões, sem falar nas mobilizações e paralisações ao longo dos anos, o movimento sindical conquistou no dia 1º de março um poderoso instrumento para garantir trabalho decente, saúde e segurança do trabalho e organização sindical nos canteiros de obra na indústria da construção de todo o país.
O Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção foi assinado quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, pela presidenta Dilma Roussef, pelo presidente da CUT Artur Henrique, pelos presidentes das demais centrais sindicais e empresários do setor.
Logo após a assinatura do documento, cujo objetivo é estabelecer regras e padrões nacionais para os salários e condições de trabalho, saúde e segurança dos operários da construção, e é de livre adesão, nove empresas já assinaram o compromisso: Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, Carioca Engenharia, Constran, Galvão Engenharia e Mendes Jr. 
A presidenta Dilma, que comemorou especialmente o fim dos gatos, atravessadores que cobram para fazer intermediação de mão de obra sem compromissos com o trabalhador, disse que a assinatura do acordo representa uma nova etapa e um novo paradigma nas relações entre trabalhadores, empresários da indústria da construção e governo. Dilma ressaltou que “a estabilidade política, institucional, econômica e a inclusão social, através da distribuição de renda, sem precedente na história do Brasil permite que se estabeleça um diálogo como esse que foi assinado hoje”. Para a presidenta, só o fato de acabar com os gatos, já é um motivo para o país se orgulhar do acordo assinado. Segundo ela, os gatos são “uma das mais perversas atividades que nós herdamos do passado”.
BANDEIRA HISTÓRICA - O presidente da CUT ressaltou que o compromisso, que incorpora uma bandeira histórica da Central, que é a representação no local de trabalho, tem o potencial de ampliar a democracia, aperfeiçoar e melhorar as condições de trabalho na construção, um dos setores que mais cresceram e geraram empregos nos últimos anos.
MELHORIA - “Não podemos ser 5ª economia do mundo sem trabalho decente, sem democratizar, aperfeiçoar e melhorar as condições de trabalho no Brasil, especialmente na construção civil. E a ação sindical no local de trabalho é fundamental para melhorar as condições de trabalho neste e em todos os setores”, disse Artur, que fez questão de lembrar que a luta por este compromisso não começou com Jirau e Santo Antonio – locais onde estão sendo construídas as Usinas Hidrelétricas, onde os operários se revoltaram contra as péssimas condições de trabalho
no inicio do ano passado. “Há muito tempo a CUT luta por um contrato coletivo nacional no setor”.
Ao estabelecer melhorias concretas para milhões de operários nos canteiros de obras, o Compromisso coloca a luta dos trabalhadores do Ramo num novo patamar, onde a organização sindical jogará um papel cada vez mais decisivo, avalia o presidente da Conticom/CUT, Claudio da Silva Gomes (Claudinho).
PROTAGONISMO - De acordo com o dirigente, da mesma forma que a Conticom organizou e mobilizou os canteiros
de obras nas diferentes regiões do país, colocando pressão e assegurando a aprovação do Compromisso, este é momento de investir no fortalecimento e qualificação da representação sindical de base, o que é reconhecidamente um diferencial cutista.
“Nossa hora é agora. As conquistas que arrancamos foram fruto do nosso protagonismo, do compromisso de classe
que a CUT e a Conticom sempre tiveram ao longo da sua trajetória de lutas por um Brasil que reconheça o papel da classe operária, distribuindo com justiça e valorizando o resultado do trabalho”, sublinhou Claudinho, convocando a militância a se manter mobilizada e atuante.