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Reforma de Temer quer fazer mulher trabalhar 19 anos a mais para poder se aposentar

Mulheres repudiam a reforma e convocam os trabalhadores para 15 de março

Publicado: 10 Março, 2017 - 18h14

Escrito por: Conticom

“A reforma da previdência é a escravidão da classe operária brasileira de uma forma legalizada pelo governo golpista de Temer. Também é uma maneira de tratar a mulher e o homem como ser eles fossem iguais na sociedade”, assim resumiu Dulcilene Moraes, secretaria da Mulher da Conticom e presidente do sindicato Marreta/PE.

A PEC 287, que trata da reforma da previdência, prevê o aumento da idade mínima de 60 para 65 anos para os homens e de 55 para 65 anos para as mulheres terem o direito de se aposentar, igualando mulheres e homens. O governo desconsidera, portanto, que as mulheres recebem 30% a menos que o homem para realizar a mesma função, têm dupla jornada com o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, e quer impor uma falsa igualdade que na verdade tira os direitos previdenciários das mulheres.

Ainda segundo a PEC, mesmo com o mínimo de 65 anos de idade, não podem se aposentar com vencimentos integrais se não tiverem 49 anos de contribuição ininterrupta com o INSS. Dos atuais 30 anos de contribuição necessária para a aposentadoria, as mulheres passam a ter que contribuir por 49 anos e terão, portanto, que trabalhar mais 19 anos para fazer jus ao benefício integral.

Para Dulcilene “o dia 15 de março é o grande dia dos trabalhadores e trabalhadores brasileiros irem pra ruas, ocupar Brasília. Vamos entrar naquele Congresso e mostrar que não vamos aceitar a reforma trabalhista e a terceirização a todo custo, que continua matando os trabalhadores - em especial os do setor da construção, que a gente sabe que a terceirização no setor é o que mais mata no canteiro de obra. Precisamos responder de forma relâmpago ao grande assalto de direitos que está acontecendo neste momento no país”.

Na prática, a PEC 287 impõe a uma mulher que comece a trabalhar com 20 anos só se aposentar aos 70 anos, isso se ela tiver 49 anos de contribuição ininterrupta, e com o país nesta crise e o enorme desemprego é quase impossível não ser demitida e ficar sem emprego e deixar de contribuir com o INSS por algum período durante esses 49 anos. É uma proposta criminosa, irresponsável e covarde.