Conticom participa da Conferência Global do Cimento no Panamá

Entre os dias 27 e 19 de setembro, ocorreu na Cidade do Panamá, a Conferência Global do Cimento, que contou com a participação de 200 líderes de 77 sindicatos filiados à Internacional da Construção e da Madeira (ICM), de 43 países. O objetivo do encontro foi conhecer a realidade do setor cimenteiro mundial, assim como elaborar planos para melhorar as relações de trabalho, saúde e segurança, seguridade, remuneração e mudanças climáticas. Um estudo realizado pela ICM com a atuação de 113 empresas de cimento em 40 países confirma a dificuldade da indústria para integrara os sindicatos e suas políticas, principalmente pela sua grande variedade de plantas. Segundo o estudo 20% das fábricas de cimento são novas, 60% velhas, mas renovadas, e outras 20% obsoletas.

Sobre direitos sindicais e relações de trabalho, o estudo mostra que a maioria das empresas mesclam o respeito pelos direitos sindicais, com comunicações internas para os trabalhadores. Já sobre acordos coletivos as empresas apresentam condições variadas, e só sete empresas forneceram essa informação, nelas 133 mil são cobertos por algum acordo coletivo enquanto 68 mil não está. Um debate extenso foi gerado para a preparação de uma plataforma de reivindicações.

Claudio da Silva Gomes, presidente da Conticom, destacou que, “percebemos que o processo de terceirização e precarização está ocorrendo em todas as cimenteiras no mundo, é como se houvesse uma cartel onde todas as empresas adotassem a mesma prática, precisamos cada vez mais de uma ação internacional conjunta para fazer o contraponto”. Também aconteceu nesse período 11ª Reunião do Comitê Regional da ICM para América Latina e Caribe, que atendeu principalmente a temas de caráter interno, e deliberou sobre as propostas para o Plano Estratégico Global, que a ICM está desenvolvendo em suas regiões para contar como um guia para orientar as tarefas de organização no próximo mandato de 2018 a 2021. A ICM realizará seu 4º Congresso Mundial entre 28 de novembro e 3 de dezembro na África do Sul.

Claudinho afirmou que, “a discussão política, de como vai se configurar a ICM na América Latina e Caribe nos próximos anos, está mostrando uma divisão entre parte dos brasileiros e latinos, quanto as postulações que ocorrerão no congresso da ICM ano que vem. Como não há consenso, há uma grande necessidade de diálogo entre os países. Em fevereiro vai haver uma nova reunião, onde esperamos que prevaleça a unidade”.

Já na Reunião do Comitê Regional de Mulheres teve destaque a discussão sobre aumento da participação das mulheres nos espaços da ICM, inclusive na apresentação de candidaturas no Congresso. Maria de Fátima, a Pretinha, apresentou representando o Brasil, trabalho final planos de ação da América Latina.

Para Dulcilene Moraes, diretora de Mulheres da Conticom, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Pernambuco (Marreta), e membro do Comitê Regional de Trabalhadores da ICM, “o mais importante do evento foi a resolução de que no próximo Congresso da ICM a participação de mulheres terá que ser de 30% e de jovens 20%, o que não ocorria nos Congressos anteriores”.