MENU

Trabalhadores da construção homenageiam vítimas das obras das Olimpíadas Rio 2016

Evento será realizado no próximo dia 28 de julho, às 11 horas, no pátio da Fiocruz, em Manguinhos-RJ

Publicado: 27 Julho, 2016 - 18h21

Escrito por: ICM

notice

Por iniciativa da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira América Latina e Caribe (ICM), os 11 trabalhadores da construção que perderam suas vidas e outros três vítimas de acidentes de trabalho nas obras das Olímpiadas 2016 serão homenageados no próximo dia 28 de julho no evento 'Vidas perdidas nas obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro: uma homenagem aos trabalhadores'. Na ocasião, haverá o plantio de uma árvore e a colocação de uma placa no pátio do prédio da Fiocruz, além da entrega de um documento à imprensa, alertando sobre as mortes nas obras dos grandes eventos.

O evento está sendo organizado pela ICM em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego por meio do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP - Fiocruz) e os sindicatos dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN), dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (SITRAICP) e Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil do Rio de Janeiro (SINTRACONST-RIO).

Mortes e trabalho análogo ao escravo - Desde março de 2015, a ICM vinha alertando as autoridades e os organizadores dos Jogos sobre as condições de trabalho, especialmente na reta final das obras. A entidade chegou a apresentar uma pesquisa realizada pela Fundacentro/MTE mostrando o aumento do número de acidentes conforme as obras se aproximavam do prazo final. Também, para evitar que os acidentes se repetissem e que as interdições acontecessem, a ICM propôs um Protocolo de Segurança nas Obras das Olimpíadas 2016 que estabelece uma série de diretrizes de ação para garantir condições seguras de trabalho.

Mesmo assim contabilizaram-se 11 mortes e três vítimas de acidente de trabalho nas obras, além de casos de trabalhadores encontrados nas obras das Olimpíadas 2016 em condições análogas à escravidão nas operações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e Combate ao Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego.

“Este é o resultado da falta de respeito pela vida dos trabalhadores. Com este evento reforçamos a pressão para que o Comitê Olímpico Internacional (COI) assuma compromissos e crie instrumentos que proporcionem condições de segurança e saúde aos trabalhadores nos eventos esportivos da entidade ao redor do mundo”, explica o representante regional da ICM para América Latina e Caribe, Nilton Freitas.