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Sindicato Sul Fluminense realiza seminário de planejamento

Sindicalistas concentrarão esforços para defender a classe trabalhadora, fortalecer bases e denunciar governo interino

Publicado: 08 Junho, 2016 - 12h44

Escrito por: Conticom


Nos últimos dias 3 e 4, foi realizado o Planejamento Estratégico Situacional (PES) do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Sul Fluminense em Arrozal/RJ. O seminário contou com a participação dos diretores da executiva e da base do sindicato, do presidente da Conticom, Claudio da Silva Gomes, da assessora de imprensa da Conticom, Camila Severo e da representante da internacional da construção e da Madeira (ICM), Marina Gurgel.

Na abertura do evento foi realizada uma mesa de análise de conjuntura, onde o presidente da Conticom fez uma explanação sobre os principais fatores que levaram o país a esta crise atual, destacando que os governos do PT tinham como base a social democracia, que tem o estado como promotor do bem-estar social, fazendo frente ao neoliberalismo aplicado pelos governos anteriores, onde o estado é mínimo e o capital monopolista dita regra na economia.

Claudinho destacou que enquanto o país tinha reservas para enfrentar a crise fazendo investimento público e desonerando as empresas, tudo corria bem. O problema foi iniciado quando as reservas acabaram e para o estado continuar investindo na manutenção do crescimento e combate a crise, foi preciso cortar as desonerações e aumentar os impostos. Isso, já somado ao incômodo que estava causando a política de inclusão e distribuição de renda, a classe privilegiada e os grandes empresários não podiam admitir.

Essa alta casta começou a boicotar o governo, colocando no Congresso e no legislativo compromissados com pautas bombas, juntamente com Eduardo Cunha, provocando uma crise política e de governabilidade. Foi então que os grandes meios de comunicação no Brasil intensificaram o papel de doutrinação das ideias voltado para uma classe menos privilegiada financeiramente, pressionando de todos os lados pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Assume então o desgoverno Temer, que dialoga com todas as pautas desta classe privilegiada, e que embora afirme que não vai acabar com o Bolsa Família, manda fazer ‘recadastramento’ para cortes, diz que não vai cortar programas como o Minha Casa Minha Vida, FIES, Prouni, mas diminui drasticamente os recursos. “Estamos num estágio de transformações onde o estado deixa de ser o promotor de bem estar social”, afirmou o presidente da Conticom.

Por último, Claudinho destacou os próximos desafios que serão o combate aos ajustes na previdência, à terceirização, a flexibilização dos direitos, e aos ataques que virão ao movimento sindical, pare ele, “além da defesa de direitos, temos que engrossar os movimentos sociais. Se não o fizermos reação, seremos tratorados”.

Os participantes destacaram também as principais lutas no último período, desde o fortalecimento da luta contra o golpe nas bases, distribuição de boletins e participação na sociedade, até a realização do festival Utopia, que está será em Maricá/RJ, com presenças internacionais, além de Lula e Dilma.

O presidente do sindicato, Sebastião Paulo, destacou que é preciso que os diretores tenham uma boa compreensão sobre cada uma das pautas que o governo interino quer implementar no ataque aos direitos trabalhistas, que o combate claro e conciente possa ser feito.

Na parte da noite houve uma apresentação da ICM, onde Marina destacou a atuação da entidade no trabalho conjunto de sindicatos distribuídos em vários países, e a importância do fortalecimento do movimento sindical para poder fazer frente à globalização e ao neoliberalismo. Marina também destacou as atuações da ICM durante a Copa do Mundo no Brasil, no ramo do cimento, na questão da imigração, e nas medidas de proteção ao trabalho digno em outros países e frisou também o papel das organizações políticas internacionais como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para o combate aos abusos.

No domingo os participantes foram separados em dois grupos de trabalho para fazer a avaliação da atuação do sindicato e os principais desafios para o próximo período. O tema dos grupos foi: Como podemos interferir no processo de construção de opiniões dos trabalhadores, enquanto classe trabalhadora?

Sebastião Paulo, destacou a evolução da gestão na participação e atuação nos espaços de representação sindical e social. O sindicato atualmente faz parte da Federação Estadual, com o diretor Dejair Martins, e teve papel importante na criação da Subsede da CUT /RJ em Volta Redonda, Juarez Antunes e Gilmar Feliz fazem parte da direção Conticom, Juarez também faz parte da direção da CUT/RJ, e o sindicato tem diversos representantes nas associações de bairro.

O secretário geral Zeomar Tessaro afirmou também que “é importante ver que das propostas que tiramos, para a gestão de 4 anos, no seminário do ano passado pelo menos 70% já estão em andamento”.

Após apresentação de cada grupo as propostas foram sintetizadas e colocadas em votação. Foi aprovada a continuidade da participação das agendas de resistência pela democracia, informar categoria sobre as perdas com a reforma trabalhista do novo governo interino, participar da Frente Brasil Popular, discutir no prazo de 30 dias a filiação do sindicato à ICM, aumentar participação dos diretores de base na elaboração da pauta de reivindicações no local de trabalho, fazer reuniões mensais da diretoria, entre outras.