Não vai ter golpe!
Mais de um milhão de brasileiros foram às ruas na última sexta (18) defender Lula e a democracia
Publicado: 21 Março, 2016 - 13h57
Escrito por: Conticom, com informações da CUT Nacional
Na última sexta-feira (13), centenas de milhares de pessoas invadiram as ruas de Norte a Sul do país para defender Lula e a democracia. A Conticom e seus sindicatos de base estiveram presentes levando milhares de trabalhadores da construção e da madeira para se somaram a luta.
Em São Paulo, no maior ato do país, cerca de 500 mil pessoas foram à Avenida Paulista, pedir por mais democracia no Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ovacionado ao chegar ao evento e fez um discurso emocionado.
Lula denunciou de que sobre a justificativa de combater a corrupção e fazer justiça, setores do judiciário vêm praticando ilegalidades, e que essa revolta seletiva, com o apoio da grande mídia, é um desrespeito os direitos individuais e colocando em xeque princípios jurídicos do devido processo legal, da presunção de inocência, do contraditório e da ampla defesa.
A quebra das regras institucionais democráticas e dos princípios constitucionais, está levando ao agravamento da intolerância política e dos confrontos sociais, que ameaçam os avanços republicanos, os direitos civis, políticos e sociais duramente conquistados ao longo de nossa história.
A construção de um discurso de “combate à corrupção” não pode estar ancorado na seletividade e nem se tornar partidário. Tal discurso vem inflamando uma parte da população a apoiar o pleito de impeachment, que carece de fundamentação jurídica e de amparo em provas cabais. A corrupção deve ser duramente combatida, mas dentro das regras institucionais, e essa luta não pode atentar contra o estado democrático de direito.
Lula afirmou visivelmente emocionado, afirmou que“ao completar 70 anos de idade, passando tudo que nós passamos juntos, sendo presidente do meu País, eleger a primeira mulher presidenta do Brasil, eu pensei que nada mais pudesse me emocionar”.
O ex-presidente se mostrou, durante todo o discurso, preocupado com a violência. Nos últimos dias, inúmeras pessoas foram agredidas em manifestações da direita apenas por vestirem vermelho.
Ainda impressionado com a quantidade de manifestantes e o bom clima na Avenida Paulista, Lula lembrou que “não teve catraca do Metrô liberada” e “nem convocação durante a semana inteira nos meios de comunicação.” gritando para a multidão: “Não vai ter golpe.”
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, afirmou em seu discurso que “juiz é pra julgar, não para ser partido político” e completou “sei que trabalhadores só têm direitos e conquistas na democracia. Em geral, golpes como esse que está sendo construindo no nosso País são para ceifar o direito dos trabalhadores e escravizar os trabalhadores para o capitalismo”.