Após semana de intensas mobilizações e paralisações Petrobrás irá negociar com os petroleiros

Na última quinta-feira (6), após semana de muitas mobilizações e paralisações a Petrobrás agendou uma reunião com os petroleiros na segunda-feira (9), no Edifício Sede, no Rio de Janeiro. Após mais de 100 dias ignorando as reivindicações da categoria, a direção da empresa, finalmente, se dispõe a discutir a retomada de seu papel como indutora do desenvolvimento.

As mobilizações na semana passada denunciaram à guinada da Petrobrás aos interesses do mercado financeiro, com a política de redução de R$ 700 bilhões em investimentos, e inclusive venda de participação ações e ativos.
Os dirigentes criticaram as ações da estatal e destacaram seu papel estratégico para o Brasil, lembrando que a empresa saltou de 3% (2002) para 13% do PIB, correspondendo a 20% do total de investimentos no país e 40% do que é aplicado na área industrial.

Foi também evidenciada, durante toda a semana, a truculência com que a Petrobrás e a Polícia Militar trataram os trabalhadores em greve em todo o país.Em São Paulo e na Bahia, além das agressões sofridas, dirigentes foram presos. João Antonio Moraes, dirigente da FUP, relatou que as ações policiais ocuparam os terminais da Petrobrás de uma forma nunca antes vista, sendo, para ele, um reflexo “do aumento da truculência e da predominância de um perfil fascista no conselho”.

Também está sendo discutida a campanha salarial da categoria, em que a direção da Petrobrás fez a proposta absurda de redução de 90 cláusulas no acordo coletivo e correção dos salários abaixo da inflação, ou seja, a perda real de salários.
A Conticom está apoiando a paralisação dos Petroleiros em alguns estados, em especial em São Paulo e na Bahia. A orientação da FUP é fortalecer e ampliar a greve em todas as bases para que a negociação caminhe para um desfecho favorável ao país e aos trabalhadores.