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Operação Lava Jato procura culpados, mas quem paga a conta é o trabalhador

Com escândalo na Petrobrás quantidade de demitidos se multiplica

Publicado: 09 Fevereiro, 2015 - 16h18

Escrito por: Conticom

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Desde que foram iniciadas as investigações da Lava Jato cada vez mais empresas terceirizadas da Petrobrás estão reduzindo drasticamente seu quadro de funcionários por conta da queda de repasses da estatal. No Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), por exemplo, mais de 10 mil operários da construção foram demitidos no último mês. O Complexo que contava com cerca de 16 mil trabalhadores, hoje tem menos de 5,5 mil operários ativos. O Sindicato da Construção de São Gonçalo tem feito uma média de 250 homologações por dia.

Este volume de demissões preocupação os sindicalistas, pois não é só no Comperj que isso está acontecendo, são nas obras da Petrobrás do Brasil afora, e não é por conclusão de obra, porque ainda há muito a ser feito.
Para Marcos Aurélio Hartung, secretário de política sindical e relações de trabalho da Conticom, “temos que nos mobilizar enquanto ramo para lutar pela garantia do emprego. Não dá para a Petrobrás querer se capitalizar em cima do desemprego e desgraça do trabalhador”.
Na avaliação de Marcão “os culpados tem que ser punidos, não os trabalhadores. Defendemos também a manutenção da indústria nacional e do desenvolvimento, que não podem ser sangrados por causa de meia dúzia de executivos”.
No Comperj também há mais 2000 trabalhadores ativos que estão sem receber desde dezembro. Em janeiro o Sindicato distribuiu mais 1500 cestas básicas para os trabalhadores.
Mais problemas com as terceirizadas - Desde que Graça Foster assumiu a Petrobrás, o pagamento do aditivo - adicional pago por partes feitas na obra não previstas no projeto original – diminuiu muito.
Bola de neve - O Grupo Multinacional Alupar, do qual fazia parte a Lumini (ex-Alusa), começou a arcar com o prejuízo. Mas, no ano passado, o Grupo decidiu fazer uma cisão. Depois desta divisão, a Lumini começou a passar por inúmeras dificuldades e seis mil trabalhadores da Abreu e Lima, em Ipojuca, entraram com um processo de rescisão indireta contra a Lumini, pois estavam com salários e direitos atrasados.
Complicação - A justiça bloqueou os bens da Lumini, que parou de pagar a rescisão dos trabalhadores do Comperj desde outubro. Através de audiências no Ministério Público do Trabalho (MPT) a verba para pagar os 469 trabalhadores demitidos do Comperj foi negociada em três parcelas. A terceira não foi paga por conta de novo bloqueio do processo da Abreu e Lima. Uma audiência na semana passada determinou novamente o pagamento das verbas para os operários do Comperj.