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Após acordo, operários encerram greve na COMPERJ, o maior polo petroquímico da América Latina

Sindicato e Conticom/CUT comandaram vitoriosa paralisação contra a truculência e a intransigência patronal

Publicado: 21 Novembro, 2011 - 14h11

Escrito por: Luiz Carvalho / CUT Nacional

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Os operários que atuam na expansão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), voltaram ao trabalho na última sexta-feira após demonstrar que não há truculência que resista à determinação e à mobilização unitária da categoria. Os trabalhadores encerraram a paralisação iniciada no dia 8 após arrancarem um acordo que inclui como principais itens a elevação do abono salarial para R$ 160, o fim da coparticipação no pagamento dos planos de saúde e o custeamento de viagens para visita aos familiares, tanto para aqueles que estão alojados, quanto para os que vivem em repúblicas e atuam nas obras.
Dos dias parados, ficou acertado que apenas quatro serão compensados, um a cada mês. O único ponto pendente foi a equiparação dos salários aos de outros operários de empresas da região. Tema que certamente fará parte da mesa em fevereiro, mês da data-base da categoria. 
“Avaliamos que foi uma greve vitoriosa, porque mesmo fora da data-base e sem tempo para trâmites legais de lei de greve, conseguimos abrir um espaço para negociar, conquistamos avanços e um abono que serve como paliativo até entrarmos de vez na nossa campanha salarial”, diz Marcos Hartung, secretário de Formação da Conticom/CUT.
TERCEIRIZAR É PRECARIZAR – Apesar de vitoriosa, a mobilização escancara a forma truculenta como as empresas terceirizadas tratam os trabalhadores, sem abrir um canal de diálogo e negando-se a cumprir o que foi acordado com a contratante direta, nesse caso, a Petrobrás. “O consórcio não quis negociar e a resposta do sindicato patronal foi a ação no TRT”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e
Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região, Manoel Vaz, no início da greve.
Já o coordenador do Grupo de Trabalho da Montagem Industrial da Conticom, Amilton Santos, também alertou que mesmo a postura da estatal não é nada animadora. “A Petrobrás diz que contrata serviço, não trabalhadores. Ou seja, eles não se envolvem nesse problema”, aponta. O início da resolução da questão deve chegar em breve: após muita pressão da CUT, um grupo tripartite formado por trabalhadores, empresários e governo deve divulgar no final do mês um Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção, que trata de temas como a representação sindical no local de trabalho e práticas sindicais.