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Após paralisação, SintracomCG obtém vitória na Upper-Vanguard

Ao menos 41 trabalhadores foram abandonados, sem salário, por empresa terceirizada, ação sindical reverteu esta situação

Publicado: 16 Outubro, 2014 - 16h03

Escrito por: Sérgio Souza Júnior, CUT-MS

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Na manhã da última quarta-feira (15), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande, realizou um ato, em frente ao empreendimento UPPER-Vanguard, na região do Sóter em Campo Grande-MS.

A paralisação tinha como objetivo pressionar a empresa Vanguard, para que a mesma realizasse o pagamento do salário atrasado e das verbas rescisórias, direito dos trabalhadores daquele empreendimento, que estavam com os vencimentos atrasados.

A atividade contou com o apoio da Central Única dos Trabalhadores, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintcop-MS), da Fetricom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário do MS).

Entenda o caso

No dia 14, mais de 40 (quarenta) trabalhadores procuraram o SintracomCG, em busca de apoio, pois a empreiteira Pedri&Santos, não pagou os salários referentes ao mês de setembro para os operários. O sindicato e os trabalhadores foram pedir explicações à empreiteira, mais seus responsáveis não foram encontrados e tudo indica que os mesmos fugiram dos seus compromissos e abandonaram os trabalhadores à própria sorte.

Protesto

Com o microfone na mão, José Abelha Neto, Presidente do SintracomCG, afirmou durante o ato “este é mais um caso de uma empresa terceirizada que não honra seus compromissos com os trabalhadores. Este tipo de construtora precisa acabar não admitimos que as empreiteiras não respeitem os trabalhadores. Esta é mais uma gatinha, mais uma terceirizada e quando elas não atendem o direito dos trabalhadores, nós dizemos, é pau na gata!”.

Abelha ainda agradeceu a presença de diversas lideranças sindicais e falou da força do sindicato que nos últimos dois anos, realizaram duas grandes greves da construção civil na capital.

Genilson Duarte, Presidente da CUT-MS, participou da atividade e comentou, “a CUT sempre fez a luta no país e está solidária a causa de vocês, onde o sindicato precisar pode contar com a CUT e seus 116 sindicatos filiados. Não podemos aceitar que os direitos dos trabalhadores sejam desrespeitados. Sindicato é isso, tem que mostrar mesmo a situação dos trabalhadores para defendê-los, denunciar na imprensa, fazer atos”.

Valter Vieira dos Santos, Presidente do Sintcop-MS também prestou apoio ao movimento, “atuamos em prol do trabalho decente, para que nossos trabalhadores possam cuidar de suas famílias, sem depender do patrão. Quero parabenizar a todos aqui, pois é com a força de vocês, com a solidariedade de vocês que seus colegas poderão receber seus salários e seus direitos”, disse.

Webergton Sudário, o “Corumbá”, Presidente da Fetricom afirmou durante o ato “são vocês, trabalhadores da construção civil, no meio dessa crise que seguraram o PIB do país. A empresa já deveria ter aprendido que o trabalhador não quer nada de ninguém, só quer o que é seu, o seu salário. E quando isso não acontecer, sempre estaremos aqui. Por isso o nosso lema é Pau na gata! Porque se a empresa terceirizada, conhecida como gata, não respeitar o direito dos trabalhadores, nós estaremos presentes”.

Por volta das 7h30min da manhã, representantes da empresa Vanguard, entraram em contato com a direção do SintracomCG, solicitando uma reunião para chegar a um acordo, pois até aquele momento, a obra estava paralisada, com mais de cem funcionários do empreendimento, de braços cruzados em frente ao portão de entrada.

Luis Otávio, representante do empreendimento, solicitou uma reunião com o sindicato e os trabalhadores para chegar a um entendimento.

Após um rápido diálogo, os representantes da obra, informaram que a empresa Pedri&Santos recebeu mais de R$72.000,00, que seria suficiente para o pagamento dos trabalhadores, mas até aquele momento, tudo indicava que eles tinham sumido.

Segundo o acordo estabelecido, o empreendimento será responsável por pagar os salários dos 41 (quarenta e um) trabalhadores, relativos ao mês de setembro o mais rápido possível e, fazer os devidos levantamentos dos valores de multas rescisórias e produção para pagamento, o mais rápido possível. Para isso, foi entregue nomes e números de contato dos trabalhadores, para realizar este levantamento de forma que o sindicato também vai acompanhar o desenrolar da situação como mediador do conflito.

Para os sindicalistas, as empresas precisam entender que aquele o sindicato parado, devagar, não existe mais, agora este sindicato é presente nas obras e vai continuar reivindicando sempre que for necessário.

Segundo Abelha, “vale a pena acreditar, ontem recebemos estes trabalhadores e hoje, saímos da nossa sede pensando que a tensão seria tanta, que poderíamos encontrar a polícia lá. Diferente disso encontramos a solidariedade dos trabalhadores com os seus colegas, de forma consciente, todos paralisaram a obra. Esse capital só quer explorar e não dá o apoio devido aos trabalhadores, enquanto houver isso nós estaremos aqui, lutando. Ao final desta batalha conseguimos uma boa vitória, para mais de quarenta e um pais de família”.