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Greve continua em Campo Grande e ao atingir obra pública Choque é chamado

Trabalhadores da construção civil repudiam presença do Choque na obra do Aquário

Publicado: 30 Abril, 2014 - 09h01

Escrito por: Sérgio Souza Júnior, da CUT/MS

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Na manhã desta segunda-feira (28), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campo Grande – MS (Sintracom-CG) realizou uma atividade de panfletagem e conscientização dos trabalhadores do Aquário do Pantanal. Uma obra faraônica, que tem orçamento de R$100.000.000 milhões de reais, que é de responsabilidade do governo do estado de Mato Grosso do Sul.      

Diferente de todas as outras atividades, pelo menos vinte (20) policiais do choque e da policia militar estavam no local. Eles chegaram antes dos grevistas, por volta das 6horas da manhã.

Dirigentes do Sintracom-CG (filiado à CUT), rechaçaram a presença da polícia militar e do choque, que provocou um constrangimento por parte dos trabalhadores e dos grevistas. “O choque não tinha necessidade aqui, o nosso protesto começou e terminou pacificamente, nas outras obras paradas não tinha polícia” afirmou Marcos Ribeiro Gonçalvez, diretor do Sindicato dos trabalhadores.

Na opinião de José Abelha Neto, Presidente do Sintracom-CG, “a presença do choque na obra do Aquário, demonstrou ser um erro do governo estadual. Nós ficamos indignados e sentimos nosso direito de greve ser prejudicado, os trabalhadores ficaram constrangidos de conversar com o sindicato. Ainda assim, a maioria pegou os panfletos, mais de 50 pessoas assinaram nossa lista de greve e depois, dentro do canteiro, pelo menos 80% dos trabalhadores pararam suas atividades, conforme o relato dos trabalhadores. Também foram paralisados os trabalhos na SERMIX, que é uma grande concreteira e a ausência dos caminhões de massa, logo pela manhã cedo, imobilizou o trabalho de grande escala em diversas obras”.

A SERMIX é uma das grandes concreteiras da cidade e fornece o concreto, a massa, utilizada em diversos empreendimentos. Todos os dias pela manhã, dezenas de caminhões saem da planta para realizar suas entregas, logo, sem este material fundamental para o desenvolvimento dos projetos, as obras param drasticamente seu trabalho. A perspectiva do sindicato é que esta concreteira continue parada amanhã e talvez outras mais.

A segunda rodada de conversas entre representantes patronais e dos trabalhadores da construção civil, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, aconteceu na tarde desta segunda-feira (28), no auditório do TRT.

Sobre a mesa de negociação, Abelha foi enfático ao dizer que ficou decepcionado com a proposta. O entendimento do sindicalista, a oferta foi tão ruim, quem nem sequer merecia ser alvo de debate de uma Assembleia dos trabalhadores.

“Nós oferecemos um percentual de 15% de aumento para serventes e pedreiros e de 10% para os maiores salários e também, um vale alimentação, no valor de R$150,00 reais para a categoria. Não vamos abrir mão de ter ganho real, nós estamos aqui pra defender esta classe tão sofrida, que tem o menor salário do país”.

Já os representantes do Sinduscon, ofereceram aumento de 7% para pedreiros e serventes. Assim ficaria um valor de R$1.070,00 para o pedreiro, por exemplo, e mais 6% para os salários mais altos, tais como mestres de obras.

Mantendo o impasse, o Desembargador deu por encerrada a reunião, sem confirmar uma nova data para a próxima rodada de negociação.