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Trabalhadores da construção civil do Espírito Santo vão parar na próxima segunda (6)

Mobilização é resposta à recusa dos patrões em pagar o aumento definido pelo Tribunal Regional; Tribunal Superior chama para negociação

Publicado: 02 Agosto, 2012 - 11h01

Escrito por: Luiz Carvalho

 

Após receber nesta quarta-feira (1) a notificação de liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que suspende o aumento de 12% para os operários na área de edificação, 14% para a industrial  e concede 7,5% para ambos os setores, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Espírito Santo (Sintraconst-ES) confirmou a retomada da greve para a próxima segunda (6).


A decisão sobre a paralisação ocorreu no último domingo (29) em assembleia na Praça dos Namorados, em Vitória.

No início do mês, o Tribunal Regional do Trabalho capixaba estabeleceu, de forma unânime, índices de 14% e 12%. Conhecedores da situação local, os desembargadores destacaram que o Espírito Santo cresce em ritmo superior ao da China e que a construção é um dos setores que mais lucram. Além disso, lembraram que oferecer 6% de aumento em uma região onde os preços dos imóveis sobem assustadoramente é um convite à paralisação.

Porém, no último dia 25, o TST acatou a liminar dos patrões e achatou a elevação pela metade.

A decisão, contudo, ainda não é definitiva. Segundo o presidente do Sintraconst-ES, Paulo Peres, o Carioca, o sindicato foi convocado para uma conversa com o presidente do TST, João Oreste Dalazen.

“Nosso setor jurídico, junto com os companheiros dos bancários de Brasília, conseguiu marcar uma audiência na segunda (6) para discutir esse retrocesso para a classe trabalhadora. De qualquer forma, a greve já está deflagrada”, disse Carioca.

A definição afeta cerca de 40 mil trabalhadores da construção civil, principalmente, os menores salários. A maior parte do pessoal da obra, pedreiros, carpinteiros e armadores, com o aumento, passariam a ganhar R$ 1.080. Já os serventes, passaram a receber R$ 680.

Construção pesada em discussão

A assembleia do domingo também iniciou a discussão com o pessoal da pesada, que passou para as mãos do Sintraconst-ES no início do ano. Há 15 anos, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do Espírito do Santo (Sindopem-ES) falava em nome dos cerca de 30 mil operários de grandes obras como rodovias, pontes, estádios e viadutos, enfrentava um processo na Justiça do Trabalho apontando sua ilegalidade.

O primeiro passo, aponta Carioca, é igualar a convenção desse setor com a da civil. “Há discrepâncias inaceitáveis, como o salário de um soldador da pesada ser quase R$ 1 mil a menos que o da civil, contratos temporários e de 90 dias de experiência, banco de horas. Vamos reverter tudo isso.”