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Encontro do Sintraconst/ES com operários da construção pesada prepara campanha salarial

Categoria conta com 50 mil no Espírito Santo. A data-base é em setembro.

Publicado: 27 Julho, 2012 - 13h20

Escrito por: Luiz Carvalho, da CUT Nacional

 

Na última segunda-feira (23), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do EspíritoSanto (Sintraconst-ES) realizou o primeiro grande encontro com os operários da construção pesada para preparar a pauta da campanha salarial.

A data-base da categoria que conta com cerca de 50 mil operários é em setembro. O debate aconteceu no auditório da entidade, na região central de Vitória. Até então, o Sintraconst/ES já havia realizado um seminário com os trabalhadores para estudar a convenção coletiva em vigor e avaliar os próximos passos.

Neste domingo (29), uma assembleia tomará conta da Praça dos Namorados para iniciar a mobilização.

DIFERENCIAÇÕES - “As diferenças em relação ao que temos na construção civil é gritante. Só para se ter uma ideia, um soldador na civil recebe mais de R$ 1 mil a mais do que o trabalhador que realiza a mesma função na pesada. Além de, na pesada, termos contratos temporários, bancos de horas, jornadas flexíveis que dependem unicamente do desejo do patrão”, criticou Paulo Peres, o Carioca, presidente do Sintraconst.

Vale lembrar que no início de julho, o sindicato arrancou um aumento histórico de 14% para todos os operários da civil no Estado. Porém, para o dirigente, mesmo esse índice não será suficiente se os patrões da pesada não avançarem

em cláusulas sociais. “A categoria convivia com um sindicato pelego, que não ajudava o peão.”

 No início do ano, o Sintraconst-ES passou representar a base do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do Espírito do Santo (Sindopem-ES). Há 15 anos, a entidade que falava em nome dos operários de grandes obras como rodovias, pontes, estádios e viadutos, enfrentava um processo na Justiça do Trabalho apontando sua ilegalidade.

A direção do Sindopem era uma aula de ataque à classe trabalhadora, com convenções que permitem banco de horas, ao invés de pagamento de horas extras, e contratos temporários. Situação que apenas reforça a luta histórica da CUT para que a organização sindical seja livre e autônoma.

Greve geral pode voltar

Enquanto no setor da pesada a mobilização está no início, na civil a paralisação pode voltar com toda a carga. O problema é que o Sinduscon (sindicato patronal) ameaça entrar na Justiça para rever o dissídio coletivo definido pelo Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo, que definiu 12% de aumento retroativo a maio e mais 2% em novembro, além de 14% de aumento para os trabalhadores da industrial.

Os avanços foram resultado da paralisação realizada em maio e também considerada legal pelo Tribunal. Na ocasião, mais de 5 mil obras foram paralisadas e 99% da categoria aderiu ao movimento que reuniu cerca de 80 mil trabalhadores.

“Se os valores do dissídio não forem pagos no dia 5, paramos no dia seguinte", alertou Carioca.