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Escoramento deficiente deixa cinco mortos e quatro feridos na Usina Lins, no interior paulista

Segundo a Defesa Civil todos eram terceirizados. Sem comunicar autoridades responsáveis, Usina fechou vala para dificultar apuração

Publicado: 20 Junho, 2012 - 17h10

Escrito por: Camila Caresia

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Um deslizamento de terra numa usina na cidade de Lins, no interior paulista, deixou cinco trabalhadores mortos – entre eles um engenheiro - e quatro feridos na tarde de segunda-feira (18). Segundo informações da Defesa Civil, os trabalhadores eram da Usina Lins e de duas terceirizadas e estavam numa vala instalando tubulações para drenar água, quando o solo desmoronou e os soterrou. O buraco tinha de cerca de cinco metros de profundidade, e foi aberto sem o escoramento necessário.

Uma equipe de segurança da Usina Lins foi acionada juntamente ao Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a concessionária Via Rondon, para resgate dos trabalhadores, que durou até o fim da noite. Os quatro operários resgatados com vida, após dois deslizamentos de terra, passam bem.

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário de Bauru e Região esteve no local, na manhã de terça-feira (19), acompanhado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que somente foi informado do acidente após contato da entidade. Segundo Aloísio Costa, diretor de Saúde e Segurança do sindicato, o procedimento da Usina Lins foi completamente irregular, o que dificulta a definição das responsabilidades e também uma avaliação das irregularidades quanto às condições de saúde e segurança. “Quando chegamos ao local, a vala já tinha sido fechada e as atividades retomadas”, declarou Aloísio.

O MTE vai autuar a empresa por não ter sido avisado do acidente e por ter reiniciado o trabalho sem a devida liberação. Foi iniciada uma fiscalização conjunta do MTE com o sindicato para averiguar as razões da tragédia. Apesar da gravidade do ocorrido, a empresa só entregará uma parte da documentação sobre o fato nesta quinta-feira (21).

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Usina Lins lamentou o acidente e informou que está prestando, juntamente com as empresas terceirizadas, assistência aos trabalhadores e suas famílias.

Conforme Aloisio, a Usina Lins e as empresas terceirizadas estão tentando tirar o corpo fora, responsabilizando o engenheiro morto como o único culpado pelo acidente.