MENU

Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Três Lagoas-MS quer fazer eleição com 148 votantes

Direção pelega quer calar os 12.000 operários da base. Trabalhadores reivindicam eleições democráticas

Publicado: 12 Junho, 2012 - 16h09

Escrito por: Conticom

notice

 

Inicialmente marcada para esta quarta-feira (13), a eleição do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil Leve Três Lagoas e Região (Sintricom), no interior do Mato Grosso do Sul, ainda está indefinida.

A comissão eleitoral do sindicato impugnou na semana passada a Chapa 2 – “Renovação Já” – cutista, alegando que os trabalhadores não eram associados ao sindicato, sendo que os mesmo contribuem a mais de um ano para a entidade. A diretoria atual quer ainda empurrar goela abaixo da categoria uma eleição com tão somente 148 votantes, enquanto a base de arrecadação do sindicato é de 12.000 trabalhadores.

Revoltados, os trabalhadores levaram a decisão à Justiça, que negou, na sexta-feira (8), liminar para abrir democraticamente as eleições do Sintricom, alegando que os trabalhadores deveriam resolver as pendências no sindicato.

Sem opções, a Chapa 2, no domingo (10) à noite alugou um carro de som e foi para a porta dos alojamentos denunciar a falcatrua, e pedir que os trabalhadores se reunissem na porta do sindicato para impedir a fraude. Foi o que aconteceu na madrugada de segunda-feira (11), quando milhares de operários da Eldorado, empresa que constrói a maior fábrica de celulose do mundo em Três Lagoas, deliberaram em assembleia geral extraordinária pela paralisação das obras para exigir eleições sindicais democráticas.

Segundo os trabalhadores, a diretoria que quer se manter no poder, vendia o direito dos trabalhadores na negociação, fazia vistas grossas ao não pagamento de horas extras, para a falta de medicamentos no ambulatório, entre outras conciliações com os empresários que prejudicam a categoria.

Segundo Webergton Sudário (Corumbá), presidente da Federação dos Trabalhadores da Construção do Estado do Mato Grosso do Sul (Fetricom/MS), “na hora de arrecadar dinheiro eles arrecadam dos 12 mil trabalhadores, mas na hora da votação só votam 148, isso é um abuso”.

Para Valdemir Oliveira (Popó), da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom), que está acompanhando o processo eleitoral, “a Chapa 1 sabe que se a base votar, ela vai perder, por isso estão agindo desta forma, impedindo que a base vote e dê a sua opinião”.

A partir da manifestação que ocorreu na segunda-feira (11) em frente ao sindicato, o Ministério Público do Trabalho (MPT) convocou e ouviu o relato de vários trabalhadores e, posteriormente, o da direção do sindicato. A greve foi suspensa até sair o parecer do MPT, que está marcado para esta terça-feira, às 17 horas.