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Greve: Trabalhadores em terceirizada da Replan lutam contra o rebaixamento de salários e benefícios

Polícia Militar de SP age em favor da empresa e prende dirigente sindical durante mobilização

Publicado: 22 Dezembro, 2021 - 09h14

Escrito por: Redação CONTICOM

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                Cerca de 50 trabalhadores da empresa EQS, que presta serviços de manutenção na Replan, no município de Paulínia, entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça, dia 21. A reivindicação não poderia ser mais justa: enquadramento à Convenção Coletiva do Sinticom/Campinas, entidade que representa o setor.

                É que os trabalhadores vêm sofrendo um enorme prejuízo pelo fato da empresa se negar em pagar pisos salariais e benefícios garantidos pelo Sinticom. Invés disso, ela forjou um enquadramento a outro sindicato, sob óbvia intenção de rebaixar os valores pagos aos seus empregados.

“Os trabalhadores deliberaram, em assembleia, pela representação do Sinticom, o que é legítimo, mas a empresa se mantém irredutível e o caso foi levado ao Ministério Público do Trabalho. Diante das perdas sofridas mês a mês e da falta de interesse da empresa em resolver o conflito, a greve foi a última saída”, conta Jucelino Souza, dirigente do Sindicato. 

 

Em ação truculenta e tendenciosa, PM prende sindicalista

                Em seu primeiro dia, a mobilização foi marcada pela prisão do sindicalista Reinaldo Cruz, que foi injustamente acusado de coibir a entrada de trabalhadores.

“Se alguém violou algum direito, foi a própria polícia. Ela agiu contra o direito de greve, um dos pilares do Estado Democrático e de Direito. A proteção dos interesses econômicos de empresas privadas não é o que se espera da instituição”, avaliou o sindicato.

                Nas redes sociais, o Sinticom Campinas denunciou o caso. Rapidamente se formou uma rede de apoio composta por entidades sindicais e movimentos sociais. No início da tarde, Reinaldo foi libertado.

 

Repúdio

                A CONTICOM-CUT também repudiou a postura da PM. “Embora a democracia esteja sob constante ameaça em nosso país, ainda temos liberdade para exercer nossos direitos. O que se espera da Polícia Militar é a defesa das pessoas frente á violação da segurança e dos direitos e não a proteção dos interesses econômicos privados, como ocorreu em Paulínia”, declarou Claudio da Silva Gomes, presidente da entidade.

 

Apoio

                O conjunto de sindicatos e federações filiadas à CONTICOM-CUT expressam total apoio à greve dos trabalhadores da EQS, assim como solidariedade ao sindicalista Reinaldo Cruz e ao conjunto de dirigentes do Sinticom/Campinas.

“Esperamos que essa luta seja vitoriosa e que a prisão injusta do companheiro Reinaldo se torne mais um símbolo de resistência e perseverança da classe trabalhadora”, expressou Claudinho.