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Sem acordo, greve dos trabalhadores da Método Potencial continua na Revap

No terceiro dia da paralisação, cresce apoios e adesão permanece em 95% do efetivo

Publicado: 08 Novembro, 2021 - 20h07

Escrito por: redação CUT SP

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Trabalhadores da Método Potencial, terceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Revap (Refinaria Henrique Lage) em São Jose dos Campos votaram hoje (5) em assembleia na portaria P4, pela continuidade da greve iniciada na última quarta-feira.

No terceiro dia da paralisação, adesão permanece alta e atinge cerca de 95% do efetivo da empresa. Levantamento feito pelo Sindicato aponta que apenas 12 dos quase 400 trabalhadores continuam na ativa.

Ontem, a pedido da empresa, o presidente em exercício do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte), Marcelo Rodolfo da Costa e o vice-presidente da Feticom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de SP, Gilmar Guilhen, se reuniram com a direção da Método Potencial em São Paulo e reforçaram a reivindicação dos trabalhadores que exigem garantias de que não sofrerão calote.

Há meses, a empresa tem atrasado pagamentos de salários, férias, rescisões e outros benefícios. Hoje além do adiantamento de salário de outubro que deveria ter sido pago em 20 de setembro, os trabalhadores também não receberam a ajuda de custo (vale alimentação) de R$ 870,00 que deveria ter caído ontem.

Com tantos atrasos, trabalhadores não acreditam que o salário de outubro caia hoje na conta. No mês passado, o salário de setembro foi pago com 15 dias de atraso e após paralisação dos trabalhadores que durou 3 dias.

Proposta rejeitada

Durante assembleia foi apresentada pelo Sindicato e rejeitada pelos trabalhadores, a proposta da empresa que exigia retorno imediato às atividades e prazo até a próxima segunda-feira para que ela apresente como fará a “confissão de dívida” garantindo os pagamentos dos atrasados, da 1ª parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em torno de R$ 3 mil e do 13º Salário previstos para o final desse mês, além das verbas rescisórias e outros benefícios acordados.

A “confissão de dívida” permitiria que o dinheiro de medições e/ou os valores retidos do contrato com a Refinaria, não seja depositado na conta da Método Potencial e abocanhado pelos bancos/credores. O documento autoriza que o repasse seja feito pela Petrobrás/Revap diretamente na conta dos trabalhadores ou via Sintricom para transferência.

Mesmo sendo possível e já autorizada pela Justiça em outras Refinarias como na RPBC (Refinaria Presidente Bernardes) em Cubatão e na REPAR (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) em Araucária-PR, em São José dos Campos, a adoção do procedimento está sendo postergada pela Método Potencial e pela Petrobrás.

Assista: https://bit.ly/2YtqNgp

 

Dívida da Método com trabalhadores abrange outras refinarias

A situação financeira da Método Potencial tem ocasionado também atrasos em outras refinarias: RPBC (Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão), REPAR (Refinária Presidente Getulio Vargas) em Araucária-PR, na Replan em Paulínia e Província Petrolífera de Urucu, em Coari-AM.

Na Revap, em São José dos Campos, a empresa mantém seu maior contrato no momento, que deve ser encerrado em fevereiro do próximo ano.

Empresa mantém corte no transporte

A Método Potencial manteve o corte dos ônibus que levaria os trabalhadores à Revap. Apenas duas vans da empresa entraram na Refinaria. Mesmo sem condução fornecida pela empresa, muitos se organizaram e compareceram a Portaria P4 da refinaria para participarem da assembleia.

Precarização dos contratos e das condições de trabalho

A postura da Petrobrás nas licitações, que priorizam o menor preço, sem se preocupar com a saúde financeira das empresas contratadas é a maior culpada para os constantes calotes sofridos pelos trabalhadores.

Cresce apoio ao Movimento 

A luta dos trabalhadores da Método Potencial pelos seus direitos, desde o início recebeu o apoio da coordenação da CUT no Vale do Paraíba e Litoral Norte, comandada pelo sindicalista Zé Carlos dos Condutores e da Feticom, representada pelo vice-presidente, Gilmar Guilhen.

As assembleias também têm contado com solidariedade da diretoria do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba e do STIC MOB Jacareí (Sindicato da Construção Civil).

Hoje, o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael de Paula Prado Alvarelli reforçou a importância do apoio da categoria petroleira aos trabalhadores da Método.

A assembleia também reuniu o diretor eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Igor Martinez, o presidente do Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, João Carlos dos Santos e o diretor Jair dos Santos e dos diretores do Sindicato dos Vidreiros do Estado de SP, Daniel Oliveira e Arnaldo Antonio Gomes e do Sindicato dos Trabalhadores nas indústrias da construção e do mobiliário de Taubaté.