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CONTICOM e ICM realizam seminário virtual sobre ação sindical e ativismo ambiental na Amazônia

Viabilidade do Manejo Florestal e desafios para a organização sindical foram alguns dos temas tratados

Publicado: 23 Novembro, 2020 - 09h54

Escrito por: Redação CONTICOM

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                Uma videoconferência realizada nesta quinta-feira, 19, reuniu lideranças sindicais ligadas à CONTICOM e convidados para discutir os desafios do movimento sindical frente a geração de emprego e renda a partir do Manejo Florestal, uma prática sustentável para extração da madeira.

O Seminário Virtual integrou o Projeto “Ação Sindical e Ativismo Ambiental na Amazônia”, desenvolvido pela Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores na Construção e Madeira, CONTICOM, e Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira (ICM). O membro da Comissão Especial sobre Queimadas em Biomas Brasileiros da Câmara dos Deputados, Deputado Federal Rodrigo Agostinho, PSB/SP, participou do debate e falou da dimensão do problema. “O mundo está preocupado com as mudanças climáticas, mas a única forma de evitar estas mudanças é a preservação das florestas. O Brasil tem grande parte da floresta amazônica, mas não tem o direito de degradá-la”, frisou o Deputado.

 Claudio Gomes, presidente da CONTICOM, chamou a atenção para o que acontece na Amazônia e que se reflete não só no Brasil, mas também na América Latina e em todo o mundo. “As consequências para os trabalhadores, de um governo que é aliado dos degradadores são drásticas. O movimento sindical é um segmento fundamental para a proteção de direitos, empregos e cultura dos povos originários. Não há sustentabilidade sem respeito aos direitos humanos e trabalhistas e esse deve ser um tema recorrente no debate mundial sobre a preservação da Amazônia”, analisou.

 

Conjuntura global

                Os participantes destacaram que no processo de degradação da Amazônia, a exploração da madeira de forma ilegal é vista como uma das questões mais preocupantes na atual conjuntura ambiental no mundo. “O governo federal se apega em dados irrelevantes de exportação para culpabilizar outros países, enquanto suas ações demonstram um alinhamento preciso com agentes degradadores. Bolsonaro age como quem não fez a lição de casa e tenta colocar a culpa nos outros”, afirmou Nilton Freias, representante regional da ICM América Latina e Caribe.

 

O deputado Rodrigo Agostinho também comentou as recentes falas do presidente Jair Bolsonaro sobre a Amazônia. “Não vai ser nem com pólvora, nem com saliva. O mundo irá reagir ao Brasil por meio de sanções econômicas e isso aumentará o processo de desindustrialização do nosso país, outro fator que piora ainda mais nossos índices econômicos. O fato é que a degradação da floresta amazônica não gera igualdade, pelo contrário, aumenta a desigualdade social”, avaliou.

 

Certificação da madeira e ação sindical

                O debate reforçou a importância da ação sindical para o combate da exploração ilegal da madeira também sob o ponto de vista trabalhista. “A certificação da madeira precisa avançar sob o ponto de vista das relações de trabalho e este é o grande desafio do movimento sindical junto ao Conselho de Manejo Florestal, o FSC” afirmou Luiz Queiróz. O dirigente da CONTICOM informou sobre a pauta da bancada sindical no órgão que se refere à inclusão de cumprimento de acordos, convenções e legislação trabalhista em toda a cadeia de custódia da madeira.

 

Materiais do Projeto

                Durante o Seminário, foi lançada uma revista do projeto. Além da distribuição por meios eletrônicos, a publicação será impressa e enviada a ICM e para as 86 entidades filiadas à CONTICOM em todo o país. “Ter um material como este, que além de trazer dados sobre a viabilidade do Manejo Florestal tanto para empreendedores, quanto para os trabalhadores, traz também proposta de ação sindical, é algo muito importante para a CONTICOM e seu conjunto de entidades filiadas. A cadeia de custódia da madeira está presente em todo o ramo e essa publicação contribui diretamente na formação dos nossos quadros sobre o assunto”, declarou Claudinho.

Além da revista, está programado para dezembro, o lançamento de um vídeo institucional que deverá ser divulgado pelas redes sociais dos sindicatos e do conjunto de dirigentes e militantes do ramo da Construção e Madeira da CUT.