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Conticom em solidariedade aos familiares dos companheiros mortos em canteiro na Bahia

Descaso das construtoras com a segurança dos trabalhadores e insuficiência das políticas de fiscalização

Publicado: 10 Agosto, 2011 - 16h11

Escrito por: Camila Caresia

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Conforme divulgado ontem, 9 trabalhadores da construção civil morreram devido à queda de um elevador na Bahia. A obra do Edifício Comercial 2, da Construtora Segura, foi “um assassinato anunciado” segundo relatos de vários funcionários. Ao conversar com alguns operários o Secretário de Meio Ambiente da Conticom/Cut, Edílson Almeida, constatou que o operador do elevador já havia avisado aos responsáveis que estava detectando problemas no funcionamento do mesmo, mais eles não deram importância. Segundo os operários, responsáveis disseram que não poderiam parar a obra para fazer a manutenção.
Edílson Almeida, ainda disse que “quem esteve no local do acidente, ao olhar para o prédio, percebeu o desprezo pela a prevenção de acidentes, nem tela existia nas laterais do prédio”. Segundo informação dos trabalhadores e sindicalistas, não é a primeira vez que a Construtora Segura descumpre normas de segurança.
Conforme levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2008, foram 49 mil acidentes no setor, número 70% maior do que o registrado quatro anos antes, apontando para uma escalada sangrenta. Queda soterramento e choque elétrico representam 70% dos casos. A construção também registra a maior taxa de mortalidade entre todos os setores do país, que tem uma das mais altas taxas do mundo.
Mesmo sabendo que a fiscalização cresceu no setor, ainda não é o suficiente para evitar tragédias como essa. A Conticom/CUT cobra dos órgãos fiscalizadores ações diferenciadas, como a fiscalização na concepção dos projetos, para medidas preventivas de saúde e segurança; fiscalização do ritmo de tarefas; e a fiscalização do trabalho por produtividade, que muitas vezes é responsável pelo aumento de acidentes e de doenças de trabalho.