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Sem atendimento às suas reivindicações, operários do Comperj mantêm greve

Paralisação completará um mês nesta quarta. Passividade da Petrobrás colabora para o acirramento da greve

Publicado: 08 Maio, 2012 - 09h48

Escrito por: William Pedreira

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Nesta terça-feira (8), os operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) completam 29 dias de greve.

 

Com data-base em 1º de fevereiro, os trabalhadores apresentaram ainda em dezembro uma pauta de reivindicações que incluía aumento salarial de 12%, vale alimentação de R$ 300, folga de campo para aqueles residentes em outras regiões mais a garantia do não desconto dos dias parados.

 

Diante da indisposição do patronato em atender a proposta, os cerca de 15 mil trabalhadores do Complexo mantêm-se em estado de alerta e mobilização. Manoel  Vaz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), revela que o impasse se dá em dois pontos: o índice de reajuste e a reposição dos dias parados.

 

“Reduzimos a pedida para 11,5% e aceitamos dividir os dias parados com desconto mais para frente, porém a cada dia que os empresários vão postergando as negociações vai ficando mais difícil. O sindicato patronal continua insistindo no desconto de oito dias da paralisação realizada em dezembro, sendo que esta greve foi provocada pela administração de um consórcio. É um fato inaceitável”, declara Manoel.

 

O dirigente espera uma posição das empreiteiras para poder levar uma nova proposta à assembleia que será realizada nesta quarta-feira (9). “Queremos fechar um acordo o mais rápido possível com o intuito de acabar com a greve”, afirmou.

 

A Petrobrás, que se orgulha do fato do Comperj ser um dos principais empreendimentos de sua história, faz corpo mole e em vez de colaborar com o processo, joga para o acirramento da greve. “A Petrobrás mantém-se passiva. Prova disso é que em vez de aplicar uma multa às empresas, estica o prazo para finalização da obra de 2013 para 2014. Depois que houve a mudança na diretoria de abastecimento não nos chamaram mais para conversar. Também não queremos reuniões apenas para tomar café e jogar conversa fora, precisamos de atitudes que colaborem para o fim da greve”, cobra o dirigente.