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Greves na construção se multiplicam por todo o país

Trabalhadores reivindicam condições iguais para todos os canteiros

Publicado: 16 Abril, 2012 - 17h24

Escrito por: Camila Severo

 

NOVA GREVE NA COMPERJ RECHAÇA CONDIÇÕES DIFERENCIADAS EM OBRAS PÚBLICAS
 
Em assembléia geral realizada na última segunda (9) na portaria do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), os trabalhadores das empreiteiras da obra de construção do Complexo decidiram entrar em greve. A decisão foi tomada pelos 15 mil operários para pressionar a negociação.
O movimento reivindica 12% de reajuste salarial e R$ 300,00 de vale alimentação, abono dos dias parados e nivelamento salarial, pois na própria obra existem trabalhadores exercendo a mesma função recebendo salários diferentes.
Para Marcos Aurélio Hartung, secretário de Formação da Conticom, "enquanto não houver uma lei que garanta o estabelecimento de um Piso Nacional e de condições mínimas de trabalho as greves continuarão pipocando por todo o Brasil”. “Um companheiro me informou que os trabalhadores da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) recusaram uma PLR de R$ 15 mil.
Realidade totalmente diferente do Comperj, onde um ajudante ganha apenas R$ 900,00 e um profissional chega a R$ 2.500,00. Como pode haver uma discrepância tão grande entre duas operações da Petrobrás?", questionou Marcão.
A greve conta com adesão de 100% dos trabalhadores. O grupo de negociação se reuniu com o diretor de abastecimento da Petrobrás, onde foi pedida a intervenção da empresa junto às empreiteiras.
 
NO ESPÍRITO SANTO, 40 MIL OPERÁRIOS JÁ PARARAM EM 2012
 
Desde o começo deste ano se multiplicaram as greves de Norte a Sul do Brasil por melhores condições de salário e de trabalho, particularmente nos megaempreendimentos, turbinados com recursos públicos. Somente no estado do Espírito Santo, as paralisações já atingiram cerca de 40 mil trabalhadores da construção civil.
ENROLAÇÃO - Desde o dia 29 de março, 2.700 operários da obra da Mendes Junior (Aracruz), empreiteira da Petrobrás, estão de braços cruzados forçando a abertura de negociação, mas a empresa se mantém intransigente, dizendo que só negocia com a volta ao trabalho. A última semana foi bastante turbulenta, incluindo até quebra-quebra de refeitórios.
PROTESTO - Segundo informação de Paulo Perez (Carioca), presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst/ES), diante do agravamento da situação, será realizada uma caminhada de 110 quilômetros rumo a Vitória, capital do estado, onde o movimento decidiu ocupar o prédio da Petrobrás para forçar a negociação.
 
NATAL-RN: BRAÇOS CRUZADOS NAS OBRAS DO ARENA DUNAS, O MENOR SALÁRIO PAGO PARA A CONSTRUÇÃO ENTRE TODOS OS ESTÁDIOS DO PAÍS
 
Os operários responsáveis pelas obras do estádio Arena das Dunas, em Natal, encerraram na última quinta-feira a greve que já durava 11 dias. Os trabalhadores garantiram avanços e retomaram a construção do local considerado o mais atrasado para a preparação da Copa do Mundo de 2014.
ARROCHO - A greve teve início após o sindicato constatar que os operários de Natal recebiam o menor salário das outras 11 sedes do próximo Mundial. A paralisação foi anunciada até uma melhoria nas condições de trabalho ser aceita pelos patrões e levou 600 envolvidos na construção do estádio a interromperem o serviço.
(IN)JUSTIÇA - Uma ordem judicial havia determinado o retorno ao trabalho no último dia 9, mas a medida não foi cumprida. Até o momento, apenas 20% de todas as obras na Arena das Dunas foi concluída. O local sediará quatro jogos na competição realizada no Brasil e custará um montante de R$ 400 milhões.
 
BAHIA: 30 MIL PARALISAM PRINCIPAIS OBRAS DO ESTADO
 
Cerca de 30 mil trabalhadores da construção pesada da Bahia entraram em greve quinta-feira (12), parando as principais obras do estado. Além do Estádio da Fonte Nova, cuja construção é fundamental para a Copa do Mundo de 2014, também foram paralisadas a construção da Via Expressa, Via Bahia, Ferrovia Oeste-Leste, Parque Naval, Linha 1 do metrô e várias outras.
A greve foi declarada por tempo indeterminado, e entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial e a cesta básica de R$ 220. Os operários também querem a assistência médica para eles e seus dependentes legais, o que não foi atendido pelo sindicato patronal. Outras exigências são horas extras de 80% de segunda a sexta, 100%
aos sábados e 120% aos domingos e feriados.
 
GREVE NAS TERCEIRIZADAS DA PETROBRÁS NO MATO GROSSO DO SUL
 
A greve dos trabalhadores das terceirizadas da Petrobras teve inicio no último dia 6 no Mato Groso do Sul, onde a paralisação foi desencadeada por conta dos baixos salários e da falta de benefícios aos trabalhadores. 
Os dois mil trabalhadores terceirizados reivindicam reajuste de 25% no salário e também aumento no vale-alimentação, pagamento de horas in itinere, pagamento total de horas extras nos fins de semana e redução do intervalo do tempo de visita aos familiares de 90 para 60 dias.
Conforme denuncia o Sindicato dos Trabalhadores em Montagem Industrial de Três Lagoas, a intenção do SINTESPAV Sindicato dos Trabalhadores em pavimentação foi a de forçar os trabalhadores a retornarem ás suas atividades na próxima segunda-feira 16, e então continuar negociando a pauta de reivindicação. “Os trabalhadores entendem que isto é uma manobra do SINTIESPAV para enfraquecer o movimento grevista e não foi dada nenhuma garantia de que teremos continuidade nas negociações” afirmou um dos lideres do movimento.