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No México, sindicalistas propõem consultas aos sindicatos para certificação de empresas pela FSC

Luiz Carlos Queiroz, vice-presidente da CONTICOM, participou do evento que contou com mais de 300 delegados da América Latina e demais regiões do globo

Publicado: 11 Outubro, 2019 - 16h36

Escrito por: Redação CONTICOM

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                Desde 2018, a Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores na Construção e Madeira da CUT, CONTICOM, é filiada ao FSC Brasil (Forest Stewardship Council), uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, criada com objetivo de promover o manejo florestal responsável ao redor do mundo. O FSC é um dos principais órgãos certificadores de empresas cuja atividade econômica se conecta à extração e exploração da madeira.

Em julho desse ano, Luiz Carlos Queiroz, vice-presidente da CONTICOM, foi eleito no cargo de Conselheiro Fiscal da FSC Brasil. À época, o dirigente declarou que o FSC está fortemente ligado à cadeia produtiva de diversos setores cujos trabalhadores são representados pela CONTICOM. “Além de regras ambientais, é preciso fazer com que as empresas certificadas cumpram também a legislação trabalhista e os direitos humanos”, propôs.  – Leia matéria na íntegra AQUI.

 

Fórum Latino-Americano

De 23 a 27 de setembro, mais de 300 delegados da América Latina e outras regiões do mundo se reuniram no Fórum Regional Latino Americano do FSC. O evento aconteceu em Cancun, no México, e definiu uma série de propostas nas 3 câmaras setoriais: econômica, social e ambiental. As propostas serão levadas o Congresso Internacional do órgão certificador, previsto para 2020.

 

Defesa dos trabalhadores

                O representante da CONTICOM/CUT se uniu a outros sindicalistas para defender propostas que buscam preservar os direitos trabalhistas, a organização sindical, a saúde e a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras do setor da madeira. “Denunciamos práticas antissindicais e descumprimento da legislação trabalhista e de acordos e convenções coletivas por empresas já certificadas ou em processo de certificação e definimos uma série de propostas que deverão ser analisadas no Congresso Nacional da FSC, Dentre essas propostas está a obrigatoriedade da consulta às entidades sindicais locais sobre questões inerentes às relações de trabalho da empresa candidata à certificação”, destacou Luiz.

                O sindicalista explica que atualmente é realizada uma consulta diretamente aos trabalhadores, o que, geralmente, não resulta em respostas que correspondam à real situação da relação de trabalho já que as empresas assediam seus empregados para que as repostas sejam sempre positivas.

 

Saúde e Segurança

                Outra proposta apresentada pelo bloco de sindicalistas se refere à obrigatoriedade das empresas certificadas cumprirem as normas internacionais sobre saúde e segurança dos trabalhadores. “No Brasil, o governo Bolsonaro vem atacando as Normas Regulamentadoras e desrespeitando o diálogo social construído por décadas. Nossa proposta é que as empresas certificadas sejam obrigadas a cumprir as normas internacionais, mesmo que o país onde está estabelecida não tenha ratificado tais normas”, explicou o dirigente.

 

Representação

                Luiz relata a importância da participação do ramo da construção e madeira no FSC Brasil: “empresas de papel e celulose, chapas de madeira e afins estão diretamente ligadas à cadeia produtiva de alguns setores cujos trabalhadores são representados pela CONTICOM, como o de móveis, por exemplo, que se utiliza de madeira certificada. Acompanhar o processo de certificação dessas empresas e tentar garantir que elas cumpram, além das obrigações ambientais, uma série de compromissos sociais e trabalhistas".