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Bancários protestam nesta sexta contra demissões no BB. Greve não está descartada

A mobilização será virtual e nas unidades do BB. Objetivo é falar sobre os impactos negativos do plano do governo de Bolsonaro e dialogar com clientes e a população.

Publicado: 15 Janeiro, 2021 - 10h09

Escrito por: redação CUT

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Um ato nacional de “esquenta” para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil (BB) contra a reestruturação anunciada pela estatal nesta semana, que fechará 361 unidades, entre agências e postos de atendimento, e demitirá cerca de 5 mil pessoas no país, em plena pandemia, está marcado para esta sexta-feira (15). Paralisações e greves não estão descartadas.

Vestida de preto, a categoria vai protestar para demonstrar o descontentamento com esta medida do presidente Jair Bolsonaro ( ex-PSL) e o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. A ideia é que este seja o primeiro passo da luta contra a reestruturação, informam  sindicatos da Contraf-CUT. Outro ato já está sendo articulado no dia 21 ( quinta) para pressionar o banco a rever sua posição.

“É um esquenta para as mobilizações, porque ao fechar as agências e diminuir trabalhadores,  a população ficará mal assistida e o país tem menos chance de ter um desenvolvimento real. Fora o fim do papel social do banco. E ainda vai começar a favorecer os mais privilegiados e parar de atender as micro e pequenas empresas, o agricultor e o trabalhador e passo a virar um espaço elitizado”, diz o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Otoni Pedro de Lima, e  trabalhador do Banco do Brasil.

Atos pelo Brasil

Como a categoria é nacional e em cada canto deste país tem uma realidade diferente, cada sindicato está organizando sua atividade. No ABC, vai ter intervenção em algumas agências, com paralisações parciais e reuniões nos locais de trabalho. Os trabalhadores e as trabalhadores que estão em home office, poderão contribuir com o tuitaço, que também acontece nesta sexta, a partir das 11h com a hashtag #MeuBBvalemais.

“A mobilização contra a reestruturação não tem dia para acabar, serão plenárias digitais e reuniões permanentes por agência, por cargo. Os bancários estão se mobilizando no mundo digital. A organização no local de trabalho agora também tem nos grupos de Whatsapp e Telegram e em rede nacional. É importante que estejamos unidos neste momento para manifestar nossa indignação”, afirma Otoni.

A manifestação está sendo organizada pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações e sindicatos.

BB trai seu trabalhador  

Mesmo com crescimento no lucro líquido e na receita de tarifas, 2016 a 2019, o banco fez uma reestruturação de quadros, de 2016 até o terceiro trimestre de 2020. O número de funcionários caiu de 109.864 para 92.106, uma redução relativa de 16%. No mesmo período, o número de agências foi reduzido de 5.428 para 4.370, uma redução de 19%.

Além disso, excluiu funções e criou uma relação com alguns trabalhadores com formato de um contrato intermitente. O caixa, por exemplo, deixou de existir no BB e se alguém precise ocupar esta função em algum momento o banco paga por tempo de trabalho. “E a tendência é que isso se repita em outras funções”, diz Otoni.

De acordo com ele, a categoria está se sentindo traída por ter sido considerada essencial na pandemia, trabalhou correndo risco de vida e está vendo a reestruturação como um pagamento injusto pelo esforço. Os bancários e bancárias estão mobilizados porque estão apreensivos com o que pode acontecer com eles. Mesmo quem não foi impactado ainda, está junto na luta.    

 “A gente sabe que o desmonte que estão fazendo no BB é um projeto para a privatização. Bolsonaro e Guedes trabalham para os banqueiros e não querem que tenha um BB no país para atrapalhar os lucros dos amigos. Precisamos conversar com a população para que entendam os prejuízos e venham lutar com a gente”, critica o dirigente.

Serviço:

Tuitaço: hashtag: #MeuBBvalemais

A partir das 11h

*Editada por Rosely Rocha