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Brasileiros agradecem Lula pela mudança que o ex-presidente causou em suas vidas

Entre as milhares de pessoas que estiveram em São Bernardo do Campo, no último sábado (9), para recepcionar Lula, muitos tinham um só motivo: agradecer o ex-presidente pelas mudanças

Publicado: 11 Novembro, 2019 - 17h48

Escrito por: Redação CUT

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O chefe de cozinha, Bruno Henrique de Brino, de 29 anos, não teve dúvidas. Assim que Lula saiu, na última sexta-feira (8), da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde foi mantido como preso político por um ano e 7 meses, Bruno deixou a Vigília Lula Livre, onde ajudou a cozinhar para a militância e fez alguns pratos até para Lula, para acompanhar a chegada do ex-presidente em  São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

O jovem, que iniciou sua trajetória como militante do Movimento Sem Terra (MST), em Ribeirão Preto (SP), cidade em que nasceu, conta que herdou dos avôs, que o criaram, a gratidão ao Partido dos Trabalhadores e a Lula pela transformação em suas vidas, especialmente durante os seus dois governos.

A história de Bruno se confunde com a de milhares de pessoas que estiveram presentes no último sábado (9), mas imediações do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula se reencontrou com os amigos, com a militância e simpatizantes. Muitos tinham o mesmo sentimento de Bruno: o de agradecimento por tudo que Lula representou e representa em suas vidas.

Rodrigo JoséRodrigo JoséRodrigo José

Este é o caso da estudante de Gestão Pública, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Priscila Paiva de Medeiros, de 23 anos, que estava em São Bernardo para fazer parte de um momento histórico do país e também porque é grata pelo que conquistou graças a Lula.

Nascida no Rio Grande do Norte, a estudante diz que teve a oportunidade de estudar no Rio de Janeiro, graças aos programas sociais do ex-presidente Lula. “Eu consegui estudar na Universidade, e isto significou muito para todos da minha família. Por isso, a gente nem pensa, a gente só vem para estar ao lado do Lula”.

E esta não é a primeira vez que Priscila larga tudo para acompanhar o ex-presidente. Quando ele foi preso em 7 de abril do ano passado , a estudante também se deslocou até São Bernardo. “Eu sai ‘loucamente’, também do Rio de Janeiro, e vim para cá. Eu vim porque a relação que Lula tem com a nossa história é de companheiro”, disse emocionada.

A também estudante da URFJ, Elaine Monteiro Ribeiro, de 25 anos, tem uma história de vida parecida com a da sua amiga Priscila. Moradora de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, ela diz que Lula mudou sua realidade pela possibilidade de entrar na universidade, pelo Programa Bolsa Família e por diversos programas sociais que sua família pode acessar, construídos a partir dos governos Lula e Dilma.

As estudantes da URFJ Priscila Paiva de Medeiros e Elaine Monteiro Ribeiro 

“Eu estava em casa quando recebi a notícia que Lula foi solto. Fiquei muito feliz e eu vim porque achei que não teria outra oportunidade para ver esse momento acontecendo. Eu acho que este é um momento que revigora nossas esperanças, de seguir lutando para transformar a nossa realidade”, afirmou a estudante de História.

Gratidão a Lula pela transformação positiva na sua vida também tem o petroleiro Caio Barcelos, de 33 anos. Ele saiu na noite de sexta-feira (8), de Volta Redonda, no interior do Rio de Janeiro, acompanhado da esposa e da filha de três anos, e foi direto para São Bernardo do Campo.

“A gente veio porque a liberdade do Lula sinaliza uma esperança. Pela quantidade de gente que ele mobiliza, eu sabia que o importante era estar participando, dar uma força”, diz o petroleiro.

Caio reconhece que Lula teve um impacto profundo em sua vida. Graças aos programas sociais do governo do PT, aos concursos públicos, ao acesso à universidade, e a retomada de investimentos na Petrobras, ele conseguiu estudar, prestar concurso e trabalhar na empresa, onde está há 14 anos.

“Lula me possibilitou crescer profissionalmente e ter acesso a algumas coisas que eu não tinha antes. O sentimento dos petroleiros, de maneira geral, é de  gratidão ao Lula. A gente sabe a diferença de como era na época dele e como está a vida de quem trabalha na Petrobras agora”, afirma, se referindo ao desmonte que vendo sendo feito na estatal pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).

O petroleiro afirmou ainda que estava ali também pela filha, Rosa, que dormia tranquilamente em seu colo, enquanto aguardava a chegada do ex-presidente para gritar Lula Livre.

Caio BarcelosCaio BarcelosCaio Barcelos
Petroleiro Caio Barcelos, ao lado da mulher, nina sua filha, enquanto aguarda a chegada de Lula

“A gente precisa do Lula livre, por ela, por seu futuro e por sua geração”.

A solidariedade e apoio da Vigília Lula Livre

E esse sentimento de gratidão que levou centenas de pessoas a acampar na Vigília Lula Livre desde o dia 7 de abril, quando Lula chegou ao Paraná, levou Bruno, o chefe de cozinha, a decidir passar quatro dias ajudando os companheiros. Acabou ficando sete meses.

Depois de todo esse tempo, ver Lula ir imediatamente a Vigília agradecer os companheiros e companheiras os 580 dias de solidariedade que recebeu das pessoas que ali permaneceram, deixou Bruno ainda mais emocionado. “Já não tenho mais lágrimas”, diz, ao mesmo tempo em que volta a chorar, e declara que “foi muito intenso”.

“Me emocionei quando Lula disse que mesmo que estivesse zero grau ou 30 graus, o que o alimentava era o nosso ‘bom dia’, ‘boa tarde’ e o ‘boa noite, presidente Lula’. Desculpa a emoção”, diz enquanto faz uma pausa para enxugar as lágrimas.

Ainda com os olhos vermelhos pelo choro, o chefe de cozinha, Bruno, faz o sinal de Lula Livre

“O que mais me marcou foi ouvir Lula dizer que a gente não precisa sonhar com o Lula político. A gente tem que ser o político que a gente sonha. Então não adianta tentar acabar com ele, Lula é uma ideia que paira no ar“, afirma o chefe de cozinha.

“Quando o presidente Lula foi trancado naquela masmorra a gente sabia que no final a verdade iria vencer. Eu acredito no socialismo, na transformação social, na reforma agrária e, é por isso que tenho muito orgulho da luta dos companheiros e de fazer parte disso”.

Cozinhar para a Vigília Lula Livre - um ato de resistência

O chefe de cozinha conta que acabou tendo a oportunidade de fazer café, pães e, segundo ele, seu ‘famoso’ bolo de laranja, para servir a todos, inclusive para Lula, que segundo ele, recebia as mesmas refeições feitas na Vigília.

“A Vigília se mostrou um espaço não só de resistência, mas um espaço de solidariedade e cooperativismo, amor e acima de tudo de luta pela democracia. Ali nós aprendemos que o povo unido vence qualquer mentira. O povo unido vence qualquer retrocesso, que esse atual governo tenta impor”, acredita Bruno.

Para ele, o futuro do país começa agora. É hora de incentivar a militância, ir pra rua, fazer ativismo político, pensar em estratégias de retomar as bases e dialogar com cada trabalhador e cada trabalhadora porque estão em jogo os  direitos da classe trabalhadora.

 “Agora quero seguir Lula em caravana, onde ele estiver. Este é um momento histórico do país. Estamos escrevendo a história aqui”, diz o chefe de cozinha.