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Paulo Cayres é reeleito presidente da CNM/CUT

Durante o 10° Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, delegados elegeram por unanimidade a nova direção da CNM para o mandato 2019/2023

Publicado: 23 Maio, 2019 - 17h20

Escrito por: Redação CUT

Os delegados e delegadas do 10º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT elegeram na noite desta quarta-feira (22) a nova direção da Confederação para o mandato 2019-2023. O metalúrgico e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Paulo Cayres, foi reconduzido à presidência da entidade. 

Em sua intervenção logo após eleição, Cayres destacou o desafio de assumir o comando da entidade em uma conjuntura de ataques ao movimento sindical. “Todos os eleitos terão que ser resistentes a este governo que retira direitos trabalhistas e sociais”, afirmou. “E a defesa da pauta Lula livre não é apenas sobre a liberdade de um homem, é sobre um projeto de nação que defende uma sociedade igualitária e justa para todos”, completou.    

A defesa da chapa única foi feita pelos presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, e pela vice-presidente da CUT Nacional, Carmen Foro, que reafirmaram a importância da categoria metalúrgica e de sua entidade nacional para as lutas dos trabalhadores no país.

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Cayres: desafio é enfrentar conjuntura de ataques ao movimento sindical 

Mutirão Lula Livre
Antes da posse da nova chapa, Rosane Silva, do comitê Nacional Lula Livre, divulgou o mutirão de diálogo que será realizado nos dias 25 e 26 de maio em todo país. A iniciativa, semelhante a realizada na eleição do ano passado, quando as pessoas foram para espaços públicos conversar com eleitores indecisos, conhecida como Vira Voto, é a inspiração do Mutirão Lula Livre.

“Vamos para as calçadas com banquinhos, bater de porta em porta, falar com trabalhadores nas empresas para explicar os equívocos do processo injusto da prisão de Lula. É hora do olho no olho”, contou.

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Roseane: mutirão Lula livre é o olho no olho para explicar a prisão política de Lula

Reestruturação do modelo de trabalho e sindicato

Na análise de conjuntura do dia, o futuro do trabalho e do sindicalismo no Brasil foram temas de discussão na mesa da tarde desta quarta, durante o 10º Congresso dos Metalúrgicos da CUT.

De acordo com o economista Fausto Augusto Junior, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o movimento sindical precisa repensar o futuro do emprego e as novas relações entre capital e trabalho.  “A Indústria 4.0, quarta revolução industrial, modificou o perfil do trabalhador e as formas de trabalho. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores precisam ser mais qualificados, o novo modelo exclui e aumenta a precarização do trabalho. A “uberização” aumentou a informalidade, expôs o profissional a um ambiente mais competitivo e mais precário do que o tradicional”, disse.

O economista Adhemar S. Mineiro também participou do debate e fez um panorama sobre a instabilidade no mundo desde a crise de 2008. “A primeira consequência foi na economia mundial que exigiu intervenção dos poderes públicos. Inclusive, posteriormente, virou uma crise acentuada nos cofres dos próprios Estados. Além disso, as questões políticas de reorganização de blocos influentes, como a América Latina, Ásia e África”, afirmou.

“Todas essas instabilidades desaceleraram o comércio em países desenvolvidos e medidas as protecionistas afetaram diretamente as nações em desenvolvimento”, completou Mineiro.

Para completar a discussão a secretária de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores, Mônica Valente, reafirmou o compromisso com a pauta Lula Livre. “O ex-presidente recolocou o Brasil na rota conquistas de direitos enquanto o restante do mundo viva uma crise financeira mundial com altas taxas de rendimento do capital e ampliação da desigualdade social”, afirmou.

“A luta pela liberdade de Lula significa organização sindical, manifestação por direitos e democracia. Se não Lula não for solto podemos voltar para uma profunda desigualdade social”, concluiu.