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Brasil está em processo de desindustrialização prematuro, diz especialista

Assunto é amplamente debatido em seminário realizado pela Confederação dos Metalúrgicos da CUT

Publicado: 17 Dezembro, 2018 - 15h01

Escrito por: Redação CNM/CUT

“O Brasil está em um processo de desindustrialização prematuro. Perdemos inúmeros postos de trabalho na indústria e tivemos uma baixa do valor adicionado ao Produto Interno Bruto. E este ano, está marcado por uma desaceleração que só agrava a crise na indústria brasileira.” Está é a avalição da professora doutora Marilia Bassetti Marcato, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) durante a 5ª Conferência Expressões da Globalização.

A Conferência, que tem como tema “O futuro do trabalho e da Organização dos Trabalhadores na Geopolítica Mundial”,  é uma realização da Fundação Hans Böckler (FHB), organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha).

Ainda de acordo com a colaboradora no Grupo de Indústria e Competitividade da UFRJ, a retomada do debate de uma política industrial nacional aconteceu somente no governo popular do Partido dos Trabalhadores. “Mas, infelizmente, a nossa democracia é de coalisão e um jogo incessante de interesses entre políticos e grandes industriais. Isso fez com que voltássemos a patamares da década de 90. Temos como exemplo a indústria naval que está minguando no Brasil”, criticou. “E não podemos esquecer da explosão de vendas do patrimônio brasileiro para o capital estrangeiro”

Crédito: Adonis Guerra
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Já segundo Moritz Niehaus, do Departamento do Futuro do Trabalho do IG Metall, a política industrial do país germânico mantém as cadeias de fornecimento completas e as pequenas empresas, assim como grandes centros de pesquisa.  “A Alemanha é o país da Europa que a indústria tem maior participação no PIB. E fazem parte da estratégia de fortalecimento para nossa indústria: investimentos privado, programas de apoio e incentivo a pesquisa e às novas tecnologias”, disse.

“Além disso, queremos a transformação para o mundo de trabalho 4.0, mas que seja justo para os trabalhadores. E pensando neste aspecto, o IG Metall quer ampliar a cogestão, aumentar o número de filiados e conquistar novos acordos coletivos”, completou Thorsten Wottrich, presidente da comissão da fábrica da empresa GEDIA AutomotiveGroup e representante do IG Metall.

(Fonte: Assessoria de imprensa da CNM/CUT)

rédito: Adonis Guerra
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Diretora da CNM (microfone) mediou debate entre pesquisadores alemães e professora brasileira