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Iedi: crise na indústria derruba PIB

O Índice de Atividade (IBC-Br) do Banco Central (BC) recuou 0,1% em setembro em relação a agosto

Publicado: 21 Novembro, 2018 - 16h29

Escrito por: Hora do Povo

Iedi: crise na indústria derruba PIB

O Índice de Atividade (IBC-Br) do Banco Central (BC) recuou 0,1% em setembro em relação a agosto, na série com ajuste sazonal. O índice é utilizado como parâmetro de avaliação do ritmo de crescimento da economia brasileira ao longo dos meses, funcionando como uma “prévia” do Produto Interno Líquido (PIB) divulgado posteriormente pelo IBGE.

Sob o título “Convergindo para um baixo crescimento”, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) divulgou sua avaliação sobre os números deste IBC-Br. Na sequência, algumas das suas principais considerações:

“Setembro de 2018 não pode ser considerado como um mês de recuperação para a atividade econômica, pois nenhum setor foi poupado de perdas em relação a agosto. A indústria e o comércio varejista registraram quedas não desprezíveis e reincidentes. Já os serviços, em que os sinais de dinamismo têm sido ainda mais rarefeitos, caíram, mas pelo menos de modo menos intenso que em meses anteriores.”

“A variação do faturamento real do setor de serviços ficou em -0,3% já descontados os efeitos sazonais, depois de um período de forte volatilidade em que resultados positivos e negativos se alternaram. No varejo restrito o declínio foi de -1,3%, compensando grande parte do avanço de 2% em agosto. Em seu conceito ampliado, o desempenho foi pior: -1,5% frente ao mês anterior.”

“A trajetória mais desfavorável coube à produção industrial, que acumula três meses seguidos de retrocesso na série com ajuste, algo que não ocorria desde final de 2015, um ano de crise aguda para o setor. Agora em setembro, a queda chegou a -1,8%, isto é, a maior entre os grandes setores da economia. Além de intensa, também atingiu praticamente todos os seus macrossetores e seus principais parques regionais, sobretudo a indústria paulista.”

“Assim, o indicador IBC-Br do Banco Central, que funciona como uma proxy do PIB, que vinha apresentando um nível geral de dinamismo econômico em elevação nos últimos meses, também não conseguiu evitar a faixa negativa em setembro e variou -0,1% já corrigidos os efeitos sazonais, apontando para um quadro de virtual estagnação da economia neste mês.”

 

Ainda para indústria o IEDI acentua: “A segunda metade de 2018 não começou nada bem para a indústria. Foram três meses de perdas recorrentes de produção na série com ajuste sazonal, o que não ocorria desde final de 2015, um ano de crise aguda para o setor. Em setembro, a retração chegou a -1,8% ante agosto e acabou contaminando o desempenho da maior parte de seus segmentos e dos parques industriais mais importantes do país. A indústria voltou, assim, a flertar com a recessão no terceiro trimestre do ano”.