MENU

Delegação Sindical se reune com a FIFA para pedir Trabalho Decente

Publicado: 23 Novembro, 2011 - 14h42

Escrito por: ICM

 

“Aos países que respeitem os direitos sindicais, deve ser concedido o direito de sediar uma Copa do Mundo. O Qatar não é um desses países, pois há fortes restrições para os trabalhadores, incluindo a de que os trabalhadores migrantes possam aderir aos sindicatos”, afirmou Ambet Yuson, Secretário Geral da ICM.

A delegação sindical constituída por Ambet Yuson, Secretário Geral da ICM, Vasco Pedrina, Vice-presidente regional da ICM para a Europa e Secretário Nacional do Sindicato inter- profissional da Suíça (UNIA), Sharan Burrow, Secretário-geral da CSI, e Tim Noonan, Diretor de  Comunicações e de Campanha da CSI se reuniram  no dia 17 de novembro com Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA para apresentar a oposição das organizações sindicais na concessão ao Qatar do direito de sediar a Copa do Mundo de 2022.

“A Copa do Mundo é um torneio esportivo,internacionalmente reconhecido e renomado, que garante milhões em receita para o país sede. A FIFA tem uma responsabilidade moral e social de pressionar o governo desses países para assegurar o trabalho decente na construção dos estádios e projetos relacionados à Copa do Mundo”, afirmou Vasco Pedrina.

Apesar de existir um código do trabalho no Qatar que permite associação sindical, ela é restrita apenas aos trabalhadores nacionais; no entanto,  94% da força de trabalho é formada por trabalhadores migrantes, isso basicamente significa que os trabalhadores no Qatar não têm direitos trabalhistas. No setor da construção, 99% são trabalhadores migrantes. Esses trabalhadores construíram arranha-céus majestosos e as refinarias de petróleo que são a espinha dorsal da economia do Qatar e mesmo assim eles não têm direitos. Também serão esses trabalhadores que irão construir os estádios, sistema de transporte e infra-estrutura para a Copa do Mundo 2022 e ainda assim, a eles serão negados salários decentes, segurança e saúde condições de trabalho e direitos trabalhistas.

Esta não é primeira reuniãoda ICM com FIFA. Como parte de sua campanha Fair Games Fair Play, a ICM e a Unia já se  reuniram com a FIFA em março de 2008 para pressioná-la para garantir o trabalho decente nas obras da Copa do Mundo 2010 na África do Sul. Como resultado desta reunião, a FIFA se comprometeu em pautar as questões dos trabalhadores em reunião com o governo Sul-Africano e o comitê organizador local. A ICM convida a FIFA a fazer o mesmo com as autoridades do Qatar.

Além disso, a ICM relatou à FIFA problemas de condições insalubres de trabalho e desrespeitos aos principios do Trabalho Decente que os operários estão enfrentando na preparação do Brasil para sediar a Copa 2014. A ICM relatou as greves que ocorreram até o momento e propôs que acontecessem nos estádios inspeções internacionais acompanhadas dos sindicatos brasileiros para fiscalizar as condições de trabalho no país, além disso foi pontuada a necessidade de diálogo entre o governo brasileiro a Federação Brasileira de Futebol e os sindicatos.

“Aderimos ao movimento sindical internacional, chamando a FIFA a pressionar as autoridades do Qatar para garantir os direitos sindicais através da implementação de uma estrutura institucional que garanta todos os trabalhadores incluindo os trabalhadores migrantes o direito de se filiar aos sindicatos”, disse Ambet Yuson.