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Programa na Paraíba diminui acidentes na construção civil

Antes, a cada dez acidentes na cidade, seis tinham como motivo o choque elétrico

Publicado: 29 Agosto, 2011 - 13h56

Escrito por: Blog do Trabalho

Em seis anos, o número de mortes por choques elétricos no canteiros de obras em João Pessoa (PB) foi grandemente reduzido por um programa elaborado e executado pelo Comitê Permanente Regional (CPR) na Paraíba e intitulado Programa de Redução de Acidentes Elétricos na Indústria da Construção, o PRAE.

Seu grande trunfo: a mudança de mentalidade dos empresários que perceberam a economia de custos quando trocaram a cultura do improviso pela cultura do projeto de engenharia de segurança do trabalho.

Segundo a auditora fiscal do Trabalho em João Pessoa, Soraia di Cavalcanti Pinheiro, uma das coordenadoras do PRAE, de 2005 a 2011 ocorreram dois óbitos por choque elétrico, um em 2008 e outro em 2010. Antes, a cada dez acidentes na cidade, seis tinham como motivo o choque elétrico.

"O acidente de 2010 foi um lapso do funcionário da concessionária responsável por liberar a energia para o canteiro. Ele não se baseou no projeto elétrico para o canteiro e sim no projeto da edificação", relata Soraia.

Ela destaca, porém, que o programa obteve êxito porque soube conduzir a uma mudança de mentalidade.

"Os empresários passaram a se interessar pelo projeto. Eles ainda achavam na época que o custo era alto para se fazer o projeto de engenharia de segurança. Com o tempo, uma das empresas fez um modelo de projeto e com quadros móveis. As construções vão aumentando e a energia vai subindo e eles fizeram um modelo e a empresa verificou que com as instalações projetadas eles as aproveitariam em outras obras, com custo diluído. Eles começaram a entender que aquilo não era só gasto. As gambiarras eram jogadas fora e com esse projeto não, havia o reaproveitamento de tudo."

No Brasil, são três as principais causas de acidentes em obras. Os choques elétricos, a queda e o soterramento. Soraia acredita que o que houve em João Pessoa no âmbito elétrico pode vir a acontecer no âmbito da insegurança coletiva no trabalho em altura.

"É algo que pode ocorrer no médio e longo prazo. É uma mudança de mentalidade, de cultura e isso demora. O importante é começar a fazer", diz ela.