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Grupo organizado do Pará acusado de aplicar golpe do sindicato de gaveta em Rondônia

Recentemente o Ministério do Trabalho emitiu um registro para uma entidade que se autodenomina(...)

Publicado: 04 Outubro, 2010 - 22h43

Escrito por: Assessoria STICCERO

Recentemente o Ministério do Trabalho emitiu um registro para uma entidade que se autodenomina SINTRAPAV/RO, com autorização para funcionar como sindicato pela categoria da construção civil pesada para os municípios de Porto Velho, Vista Alegre do Abunã, Jaci – Paraná e Mutum Paraná, tudo estaria muito bem armado e milhares de trabalhadores seriam lesados com este golpe, se tal entidade não tivesse cometido vários erros grosseiros na constituição e na escolha dos membros do “sindicato”, que na verdade representa ser uma das maiores fraudes praticadas no meio sindical de Rondônia.

 

Após a investigação de documentos jurídicos com mais de mil páginas, nossa reportagem desvendam uma gigantesca organização criminosa, digna dos mais altos escalões do crime organizado, que através de contratos irregulares, falsidade ideológica, estelionato, assembléias forjadas, atas adulteradas, endereços fictícios, nepotismo sindical, negociações ilegais, documentos irregulares e até mesmo a pior de todas as práticas anti-sindicais, ou seja, a entrega da presidência de um sindicato de trabalhadores a um proprietário (patrão), sócio de uma empresa que tem interesse contrário aos dos possíveis filiados, e que conseguiram através de insistentes investidas contra órgãos públicos, ludibriar repartições do próprio Ministério do Trabalho.

 

Documentos provam que o referido “sindicato” foi criado por pessoas que sequer residem em Porto Velho, com a nítida intenção de lesar os trabalhadores da construção civil pesada.

 

O que mais pesa na formação deste “sindicato quadrilha”, recentemente reconhecido pela Secretaria do SRTE de Rondônia, é que mesmo após duas decisões judiciais transitadas em julgado no TRT/RO, das quais ao SRTE tinha pleno conhecimento, sentenciadas pela não possibilidade de haver outro sindicato da construção pesada em Rondônia, que já possui um representante atuante há 26 anos, que é o STICCERO, ainda assim concederam talforam convencidos a conceder um registro a revelia do que o TRT/RO já havia pacificado.

 

Depois de ocorrido esse desastre operacional, tem agora o MPT que correr atrás do prejuízo e ainda desbaratar essa quadrilha que através de esquemas e brechas jurídicas conseguiram enganar até mesmos os mais experientes funcionários públicos.

 

Através de documentos solicitados as empresas das quais os integrantes de uma “Chapa Única” para a criação do “sindicato quadrilha”, onde foram realizadas supostas assembléias sem registros fotográficos ou divulgação em qualquer meio de comunicação, diante de uma categoria com um universo de 45 mil trabalhadores, ficou constatado que 80% dos membros da “Chapa Única” formada nunca pertenceram ao quadro de funcionários das empresas que afirmavam trabalhar, o próprio presidente do “sindicato”, Ângelo Valim Gobbo, que é administrador de empresas e sócio de uma construtora, afirma ser morador de Rondônia e exercer atividades na empresa Camargo Corrêa, mas foi desmentido por documento emitido pela construtora afirmando que o mesmo nunca exerceu qualquer função ou setor da obra de Jirau e nunca morou no endereço que afirma residir.

 

Além disso, em sua documentação e de mais dois integrantes da diretoria executiva, presidente e vice, o endereço residencial é apresentado com os mesmos logradouros que é o endereço do próprio sindicato, mas nenhum dos dois reside ou é encontrado no estabelecimento em nenhum período do dia, ao se comparar os nomes dos genitores de pelo menos cinco destes envolvidos que fazem parte desde a fundação da “diretoria”, na fundação do “sindicato” a quase três anos, é constatado que os mesmo possuem graus de parentesco direto, ou seja, mãe e filha e três irmãos compõem a mesma diretoria, o que demonstra um quadro imoral e criminoso de nepotismo sindical no controle de uma entidade sem fins lucrativos, ocupando os cargos de Tesoureira, Membros do Conselho Fiscal e Suplente da Diretoria Executiva, ofendendo diretamente o principio da impessoalidade e da imparcialidade no que tange a constituição de entidades publicas e sindicais em cargos de chefia e executivos.

 

O pior é que, alguns destes envolvidos, desde o presidente e até suplentes, não pertencerem ao quadro de qualquer empresa que afirmaram e em outros casos de empresas que não pertencem a área de atuação do sindicato, como a Marquise e a Joplin, o que é vedado pelo próprio estatuto do sindicato em questão.

 

Para agravar ainda mais, foi revelado que o presidente do SINTRAPAV/RO, Ângelo Valim Gobbo, nunca morou em Rondônia e reside em Brasília nunca sendo encontrado na sede do sindicato que funciona também como seu endereço residencial, ou seja, mesmo que ele não estivesse em horário de comercial na sede, teria que estar em sua residência, mas nunca foi encontrado, conforme provam diversas correspondência enviadas a pessoa de Ângelo Valim Gobbo e devolvidas por ausência do endereçado.

 

A própria entidade SINTRAPAV/RO, situada na rua Trancredo Neves no bairro Caladinho, vive trancada todos os dias, pois é uma ramificação do SINTRAPAV/PA (Pará), na cidade de Tucuruí, coabita na mesma sala onde recentemente instalaram uma filial da FENATRACOP, Wilmar Gomes dos Santos, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo, desde Junho de 2006, e também Presidente da FENATRACOP – Federação Nacional dos Trabalhadores da Construção Pesada, que também não tem sua base em Rondônia, sendo que tais entidades são compostas pelos mesmos integrantes advindos do Estado do Pará, Distrito Federal e São Paulo.

 

A farsa toda tem como objetivo, desestabilizar a mobilização harmônica que foi implantada nas usinas do Madeira, beneficiando apenas e diretamente as empresas do consórcio, as quais são as maiores interessadas na formação desse sindicato que visa a dominação e a manipulação das futuras negociações, prejudicando profundamente os trabalhadores, que não serão mais representados pelo STICCERO, que hoje é formado de fato por trabalhadores que saíram dos canteiros de obra das usinas e da capital.

O STICCERO solicitou já as autoridades competentes que tais fatos sejam apurados e que os envolvidos respondam exemplarmente pelos crimes cometidos.