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Funcionário da Rlam morre após erro da Petrobras

Acidente aconteceu na Unidade 83 da Rlam, por descaso da PetrobrasO funcionário terceirizado(...)

Publicado: 04 Maio, 2010 - 12h16

Escrito por: SITICCAN

Acidente aconteceu na Unidade 83 da Rlam, por descaso da Petrobras

O funcionário terceirizado da Unidade 83 da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Eli Silva de Melo, morreu na manhã do dia 19 de março, vítima de queimaduras no corpo após ser atingido por vapor de alta pressão a quase 400 graus centígrados, O acidente aconteceu na no dia 12. Eli ficou internado durante uma semana na UTI do Centro de Medicina Humana, em Candeias, BA.

Segundo o jornal A Tarde, o vapor que atingiu o funcionário escapou de uma tubulação da refinaria. Mas, o SITICCAN discorda dessa informação. Para o Sindicato, os procedimentos de segurança da Petrobras estão voltados exclusivamente para a produção e não para a prevenção de acidentes. Segundo apurou o Sindicato, o funcionário estava trabalhando no serviço de interligação da linha (de 12 polegadas), quando a empresa inadvertidamente colocou a mesma linha em operação. A vítima estava com outros dois trabalhadores que também foram internados na UTI, com 15% a 20% dos corpos queimados.

Eli Silva de Melo tinha 33 anos de idade. Deixou esposa e dois filhos, um de 4 e outro de 3 meses de idade. Era funcionário da MIP Engenharia (empresa terceirizada da Petrobras).

Investigação

Por imposição da Petrobras, o Sindicato foi impedido de fazer parte das investigações sobre as causas da tragédia. “Estamos consternados e revoltados pelo descaso com a segurança e a vida dos trabalhadores terceirizados da segunda maior refinaria do Brasil, além do descaso que SMS da Petrobras tem tratado as questões que envolvem a saúde, a segurança e a vida desses trabalhadores, numa atividade considerada de alto risco, não só para as vidas das pessoas, como também para o meio ambiente e a sociedade”, diz nota divulgada pelo Sindicato.

A intransigência da Petrobras em não permitir a participação do Sindicato na comissão de investigação sobre as causas da tragédia mostra que a empresa tem muito a esconder, além de não ter compromisso com a transparência. O companheiro Eli foi vítima do descaso que poderia ter sido evitado caso os procedimentos corriqueiros de segurança fossem adotados. Até hoje, não são conhecidos, inclusive, os procedimentos da CIPA da Petrobras ou dos Técnicos de Segurança da Rlam.

Ao contrário do que vem acontecendo, a Petrobrás deveria dar o exemplo em termos de segurança no trabalho. No entanto, os trabalhadores têm medo de trabalhar na Rlam, porque, além da falta de segurança a empresa manipula a emissão da CAT, o que é por si só mais uma tragédia e, porque não dizer, um crime.

Em nome de todas as vítimas, o Sindicato não pode se furtar em falar o que vem acontecendo na Rlam e espera que a CIPA não seja omissa e denuncie as péssimas condições de trabalho. Lembre-se, em casa tem alguém lhe esperando.