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Otimista com o País, Duratex investirá R$ 420 mi neste ano

A Duratex anunciou que vai investir R$ 420 milhões em 2010 para "acompanhar o bom momento que(...)

Publicado: 26 Fevereiro, 2010 - 08h16

Escrito por: DCI – publicado dia 25

A Duratex anunciou que vai investir R$ 420 milhões em 2010 para "acompanhar o bom momento que atravessa o setor de construção no País" - 15% de crescimento projetado pela Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat). Durante coletiva realizada ontem, o presidente da Duratex, Henri Penchas, descreveu o potencial. "Estamos prontos para criar valor. Esse é um ano eleitoral, com muitas obras, o Brasil está bem, crescendo 5%, e a construção civil tem cenário favorável com crescimento das unidades financiadas pela Caixa [Econômica Federal]. O aumento do crédito é muito importante no nosso segmento, o pequeno consumidor pode comprar nossos produtos em 12 ou 18 prestações", ressaltando diferentes índices que mostram a melhora dos indicadores econômicos.

 

Henri Penchas falou sobre os investimentos e a taxa de ocupação da nova empresa. "Estamos terminando as plantas de painéis MDE e MDF", citando os produtos de acabamento da construção civil. A Duratex detalhou que dos R$ 420 milhões em investimentos, 70% (R$ 294 milhões) serão aplicados na Divisão Madeira (MDF, MDP, HardBord e Chapa de Fibra) e os outros 30% (R$ 126 milhões) na divisão Deca (Louças e Metais Sanitários). Entre os investimentos da Divisão Madeira, R$ 170 milhões é investimento orgânico na plantação de florestas próprias, e o restante será aplicado na conclusão da unidade de fabricação de resinas em Agudos (SP), prevista para ser entregue ainda no primeiro semestre de 2010, além da aquisição de equipamentos para elevar a capacidade de prensa da unidade de Taquari (RS), para 700 mil m³/anuais de painéis MDP (que responde por cerca de 17,9% da produção total de painéis - 3,91 milhões de m³/anuais).

 

Já na Divisão Deca, os investimentos também serão canalizados para a expansão da capacidade. "Estamos implantando novos fornos no Nordeste, um aumento de 30% na capacidade, para 120 mil peças/mês", esclareceu Penchas, referindo-se os investimentos na planta do Cabo de Santo Agostinho (PE).

 

Resultados

 

O diretor financeiro da Duratex, Flávio Donatelli, reportou o lucro líquido de 2009 em R$ 274,27 milhões - 26,9% menor que 2008. Mas Donatelli exibiu a recuperação da empresa no último 4° trimestre em diversos indicadores e apontou crescimento de 3,4% no lucro líquido (R$ 88 milhões) em relação ao mesmo período de 2008: "Obtivemos R$ 13 milhões em ganhos de sinergia em apenas 6 meses de integração das duas empresas. A nova companhia está muito pouco endividada. Melhoramos a parte florestal e a eficiência das unidades e já aumentamos nossa força de trabalho em 200 funcionários (de 8.631 para 8.833)", detalhando os dados. Ainda sobre a fusão, o presidente Penchas comentou: "a forma era diferente, mas a cultura era semelhante, as equipes se integraram muito bem".

 

Argentina

 

O Diretor Executivo da Divisão Deca, Raul Penteado, relatou ao DCI a situação da unidade de produção de metais sanitários instalada em Buenos Aires, na Argentina. "Nós desaprendemos a lidar com a cultura inflacionária, lá a inflação oficial é diferente da real. Por esse motivo nos diminuímos o tamanho da produção da marca Piasa [15% do share local], ainda está pequena e estável", afirmou. Penchas complementou: "Não vai dar nem alegrias, nem tristezas. Estamos estudando a situação. Talvez fechar", admitiu ao falar da única das 12 plantas fora do Brasil.

 

Quanto às exportações, o diretor financeiro Flávio Donatelli foi comedido: "A Europa e os Estados Unidos ainda não se recuperaram. Nossa exportação em 2009 foi a metade de 2008 e participação na receita caiu de 15% para 6% e não traz um retorno adequado à empresa", relatou.

 

A corretora Gradual Investimentos reagiu bem ao balanço divulgado pela Duratex: "o resultado do 4° trimestre foi muito bom e eles terão muitos ganhos de sinergia em 2010, a perspectiva é muito boa na construção civil", avaliou o analista Flávio Conde.