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NE continua a impulsionar o consumo de cimento em 2010

Boom da construção, alta do poder de compra da baixa renda, obras públicas e Copa vão manter(...)

Publicado: 08 Janeiro, 2010 - 09h15

Escrito por: Diário do Nordeste – publicado dia 7

Boom da construção, alta do poder de compra da baixa renda, obras públicas e Copa vão manter elevada a demanda

 

Já aquecido no ano passado, o consumo de cimento no Nordeste deve ser ainda maior em 2010. O boom da construção civil - impulsionada pelo Minha Casa, Minha Vida e pela facilidade de crédito imobiliário privado para a classe média -, o aumento do poder de compra da população de baixa renda, a concretização de obras públicas - algumas contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - e o início de projetos para a Copa do Mundo manterão elevada a demanda pelo insumo, segundo avaliam os representantes do setor de construção civil no Estado.

 

"Apenas para construir 52 mil unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida no Ceará, vamos consumir sete milhões de sacas de cimento em dois anos", comenta André Montenegro, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Estado (Sinduscon-CE). A execução do programa federal de habitação no Estado demandará, ainda, 140 milhões de tijolos. "Fora isto, há o consumo da população, chamado formiguinha", diz.

 

Embora seja abastecido por três cimenteiras, o mercado nordestino cresce, em alguns estados, de forma mais intensa e mais rápida do que a capacidade das indústrias. "Encerramos 2009 com crescimento superior a 6% no Nordeste, o que representa a comercialização de quatro milhões de toneladas de cimento na região", afirma Marcelo Chamma, diretor comercial da Votorantim - uma das dez maiores empresas mundiais de cimento, concreto e agregados.

 

Abastecimento

 

De acordo com Otacílio Valente, presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE), o mercado cearense está com problemas pontuais no abastecimento de cimento. Além de 3.800 obras do governo estadual em andamento, há a perspectiva de que comecem este ano os projetos para a Copa do Mundo, como a reforma do Estádio Plácido Castelo (Castelão), cujo edital de licitação deve sair esta semana, marcando a primeira parceria público privada do Estado.

 

A situação se repete no Rio Grande do Norte e em Pernambuco, onde o boom da construção de parques eólicos e de empreendimentos privados, respectivamente, deve se manter por todo este ano - destaca Ricardo Nóbrega Teixeira, do Sinduscon-CE. "O leilão exclusivo de energia eólica deve ampliar essa demanda", diz.

 

"Hoje, a gente está com problema para atender a tempo e a hora. Mais por falta de transporte do que dos nossos produtos", contrapõe Francisco Carlos da Silveira, gerente institucional da Votorantim para o Nordeste.

 

Para Chamma, o setor de construção civil nordestino não deve se preocupar com problemas de abastecimento de longo prazo. "As indústrias têm como se organizar para atender esta demanda crescente, como nós da Votorantim fizemos desde 2007, com nosso plano de expansão, que prevê mais duas unidades de produção até 2011. O problema é o salto no curto prazo. Janeiro, por exemplo, é um mês que nos preocupa", diz.

 

O diretor comercial da Votorantim acrescenta que a empresa está conversando com os Sinduscons da região para tentar soluções específicas a cada estado. "Temos 21 fábricas espalhadas pelo Brasil. Podemos fazer operações-ponte de uma para a outra e até importar cimento, se a construção civil nos informar as suas necessidades com antecedência", argumenta.

 

Demanda

 

Sete mi de sacas de cimento serão consumidos em dois anos para construir as 52 mil unidades habitacionais do programa federal Minha Casa, Minha Vida