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Em nota, Itaipu diz que causa do blecaute não teve origem na usina; apagão afetou 15 Estad

Em nota divulgada na madrugada desta quarta-feira (11), a Itaipu Binacional afirma que o(...)

Publicado: 11 Novembro, 2009 - 07h49

Escrito por: UOL

Em nota divulgada na madrugada desta quarta-feira (11), a Itaipu Binacional afirma que o apagão não teve origem na usina. De acordo com a empresa, a apagão que afetou cidades em 15 Estados do país foi gerada por uma pane no sistema elétrico interligado brasileiro.

 

"Por efeito dominó, inclusive o sistema paraguaio teve o fornecimento de energia interrompido. A hipótese mais provável é que tenha havido algum acidente que afetou um ou mais pontos do sistema de transmissão, inclusive o de Furnas, responsável por levar a energia de Itaipu para o Sul e Sudeste, acidente este que provocou outros, fenômeno que se costuma chamar de efeito dominó", diz a nota.

 

"Imediatamente após o blecaute, a usina de Itaipu estava com suas máquinas ligadas, girando no vazio, porém, sem possibilidade de transmitir energia, pois as linhas de transmissão que conectam Itaipu ao sistema brasileiro estavam desligadas", diz ainda a nota. "Itaipu, à 1h do dia 11 de novembro de 2009, aguarda o restabelecimento do sistema interligado para dar início ao fornecimento de energia", finaliza a empresa. O abastecimento de energia começa a voltar em alguns Estados.

 

Um blecaute atingiu várias cidades das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou durante entrevista coletiva em Brasília que o apagão tinha acontecido devido a problemas na usina hidrelétrica de Itaipu.

 

O ministro também negou que o incidente tenha sido causado por um hacker. No último domingo (8), o programa "60 minutes", da rede americana CBS, exibiu uma reportagem dizendo que dois apagões nos últimos quatro anos no Brasil foram causados por ataques de hackers a os sistemas de controle do sistema energético brasileiro.

 

Para Lobão, a culpa do atual blecaute é do mau tempo. "Questões atmosféricas, tempestades de grande intensidade, podem ter contribuído para desligar a linhas de Itaipu. Por consequência, pelo regime interligado, outras linhas saem de funcionamento", disse.

 

Segundo o ministério, foram afetadas cidades em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Porém, houve falta de energia também no Mato Grosso e Pernambuco. O Paraguai, que faz fronteira com o Brasil, igualmente teve problemas de abastecimento. Por volta das 2h20 o abastecimento foi cortado em Maceió (AL), mas ainda não há informações se o corte tem relação com o apagão no resto do país.

 

Lobão disse ainda que o abastecimento deve ser normalizado nesta madrugada, mas que a causa real do problema só será conhecida durante a quarta-feira. "Nossa preocupação agora é restabelecer a energia. Não é encontrar a razão do corte, que deve ter sido por fatores atmosféricos. Não tem nada a ver com o apagão de 2001", afirmou o ministro.

 

O presidente da hidrelétrica Itaipu Binacional, Jorge Samek, afirmou em entrevista coletiva que houve avarias em uma ou duas linhas da usina. "Estamos trabalhando com todas as unidades geradoras trabalhando em vazio. Não tem nenhum problema na energia. No ponto de vista de geração não ocorreu problema. São cinco linhas que unem Itaipu ao grande centro, cujas linhas vão para São Paulo, neste processo deve ter ocorrido um grande vendaval, que fez com que uma ou duas linhas tivessem avarias", disse.

 

Samek mostrou que não havia precisão sobre o tamanho do problema. "Torço para que sejam no máximo duas linhas [com problema]. Quando uma delas tem avaria, desliga-se o sistema para que a gente possa recompor isso. Tivemos um temporal enorme aqui em Foz do Iguaçu, árvores foram arrancadas, mas ainda não tenho a exatidão de onde ocorreu o problema", afirmou.

 

Segundo a ONS (Operador Nacional do Sistema), foram perdidos 17 mil MW de potência, o que equivale à potência geral do Estado de São Paulo.

 

Confusão nas ruas

 

Na cidade de São Paulo, várias regiões registram falta de energia elétrica. Relatos de moradores apontam falta de luz na capital, no ABC paulista, no interior e no litoral do Estado. Em nota oficial, a Eletropaulo informa que não há previsão para o restabelecimento do fornecimento de energia.

 

O metrô de São Paulo interrompeu o funcionamento e filas se formaram em algumas estações do metrô, como Tiradentes, Armênia e Luz. Pessoas se aglomeram na estação Barra Funda, na zona oeste, onde o policiamento foi reforçado.

 

De acordo com a Defesa Civil de São Paulo, só estão com energia na capital paulista os locais onde há geradores. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, não há registro de ocorrências na cidade, mas a corporação recomenda que os moradores evitem sair às ruas. A PM nega onda de saques no comércio e diz que situação é normal. O Corpo de Bombeiros registrou, apenas na capital, 27 casos de pessoas presas em elevadores.

 

"Estava um caos para pegar ônibus, pois está sem metrô. Estava parecendo seis horas da tarde. A cidade está totalmente escura, sem semáforos, na rua só vemos a luz das velas nas casas. Não tinha nem táxi na rua, está todo mundo preso em casa", conta o jornalista Rodrigo Araújo, que estava na av. Paulista no momento do apagão.

 

O metrô paulistano parou e alguns passageiros ficaram presos nos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Todas as seis linhas da CPTM voltaram a operar antes das 4 horas desta quarta-feira (11).

 

Houve interrupção parcial de telefones fixos e celulares em algumas regiões atingidas pelo apagão.

 

No Rio de Janeiro, o problema prejudica a circulação de veículos nas principais vias da cidade, como a Linha Amarela, avenida Brasil e a ponte Rio-Niterói, devido à falta de funcionamento da sinalização.

 

O governador do Rio, Sérgio Cabral, que está em Brasília, disse que vai solicitar alerta máximo a Guarda Municipal na capital fluminense. Também o Bope, o grupo de elite da PM, foi colocado em alerta. Segundo Cabral, a medida é preventiva porque, apesar da falta de energia, a situação na cidade é tranquila.

 

Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a energia começou a ser restabelecida por volta das 23h. Na cidade, três pessas ficaram presas em elevadores e uma caiu em um córrego e machucou o braço. As universidade dispensaram os alunos e o trânsitio ficou complicado.

 

No Recife, por volta das 21h, parte do bairro dos Aflitos, Espinheiro, Graças, um trecho da avenida Norte ficaram no escuro. Olinda também foi afetada pela queda de energia. Ainda no Grande Recife, São Lourenço da Mata e Aldeia, em Camaragibe, enfrentaram problemas.

 

Segundo o jornal paraguaio "La Nación", o fornecimento de energia elétrica ficou interrompido no país por cerca de 30 minutos entre 21h13 e 21h43 (horário local), mas já está normalizado.

 

Com informações da Folha Online, Agência Estado, Agência Brasil e Jornal do Commercio