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Conticom/CUT compartilha experiências de combate à precarização com o sindicalismo i

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira(...)

Publicado: 10 Novembro, 2009 - 07h56

Escrito por: CUT – publicado dia 9

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira (Conticom/CUT) participou em Buenos Aires, de segunda a quarta-feira (2 a 4/11), do encontro da Internacional da Construção e da Madeira (ICM), compartilhando com 30 lideranças sindicais da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai as recentes experiências de combate à precarização e à informalidade no Cone Sul. Acompanharam o evento os dirigentes regionais da ICM, Fredy Jara, do Peru, e Carlos Salguero, do Paramá.

 

Diante dos informes apresentados, a principal constatação é que os problemas são os mesmos em todos os países do Mercosul: alta informalidade, terceirizações e quarteirizações que agravam a precarização das relações do trabalho, multiplicam os acidentes de trabalho com lesões e mutilações, e exigem das entidades sindicais uma resposta mais ágil e à altura. Entre os pontos em pauta, a constituição de um Piso Salarial Regional e a garantia de uma plataforma mínima de direitos sociais e trabalhistas.

 

Durante o evento, centrado na análise da ação das transnacionais no setor da construção - particularmente depois da eclosão da crise internacional, onde houve maior deslocamento de empresas para a América Latina -, o presidente da Conticom, Waldemar de Oliveira, e o secretário de Políticas Sindicais e Sociais, Luiz Carlos José de Queiroz, deram um informe sobre os avanços obtidos no último período. Um dos pontos altos, sublinharam, foi o crescimento da mobilização da categoria, em função de um ambiente econômico mais favorável devido ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao Programa Minha Casa, Minha Vida e à desoneração de produtos da cesta básica da construção, que se refletiram no aumento da massa salarial e dos empregos. Os dois dirigentes resgataram o papel da articulação do sindicalismo cutista e a negociação junto ao governo federal e à Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) como elementos chaves neste processo de consolidação de direitos.

 

"A questão da legalização das centrais impactou positivamente em favor do diálogo social, contribuindo para fortalecer ações em direção à humanização do mundo do trabalho, particularmente no nosso setor. Neste sentido, podemos dizer que o sindicalismo brasileiro tem um acúmulo importante, pois conseguiu abrir espaços na luta, acumulando em organização, mas também em consciência para melhor enfrentar o grande capital", declarou Waldemar.

 

As ações daninhas e irresponsáveis da multinacional brasileira Odebrecht foram intensamente criticadas pelo conjunto dos sindicalistas, que deram inúmeros exemplos de agressão aos direitos dos trabalhadores em todos os países da região onde atua. As brasileiras Camargo Correa, OAS e Mendes Júnior também foram alvo da condenação unânime.

 

"Fomos convocados a participar de ações de solidariedade no conjunto dos países onde estas multinacionais brasileiras atuam, mas desde já alertamos que no Brasil elas não fazem diferente. Suas práticas são deploráveis e condenáveis, colocando sempre o capital acima da vida humana, da saúde e da segurança dos trabalhadores", ressaltou o presidente da Conticom. "Até mesmo sindicalistas norte-americanos pediram o nosso auxílio, pois a Odebrecht vem tendo o mesmo comportamento da Vale naquele país, agredindo direitos e tentando rebaixar salários e conquistas", acrescentou Waldemar.