Trabalhadores suspendem greve nas usinas do Madeira

A greve dos trabalhadores da construção civil, iniciada na última terça-feira, que paralisou os canteiros de obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio durante três dias, foi suspensa ontem com um acordo firmado durante uma sessão de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho. Ficou acertada a negociação do dissídio da categoria e das reivindicações feitas durante a greve com prazo para encerrar no dia 23 de setembro. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (STICCERO), Anderson Machado, o acordo favorece aos trabalhadores, porque ficou decidido que não haverá retaliações nem será cortado o ponto dos grevistas. A partir das primeiras horas de hoje, serão realizadas assembleias na entrada dos canteiros de obras das usinas para submeter o acordo à votação pela categoria

Segundo Anderson Machado, também ficou decidido na sessão de conciliação que o dissídio que havia sido estabelecido em maio deste ano, quando o sindicato estava sob intervenção, perdeu a validade. “Vamos começar do zero e estamos otimistas sobre a possibilidade de avanços para melhorar a situação de trabalho e os salários da categoria”, considera Machado. Uma das principais reivindicações dos trabalhadores é o aumento dos salários, “que estão muito defasados em relação ao que é pago em outros estados”, considera o sindicalista.

Ontem pela manhã, foi realizada uma audiência de mediação, promovida pelo MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Sticcero, e o Sinicon, Sindicato da Construção Pesada, na sede do escritório regional da Superintendência Regional do Trabalho/RO.

Comparecem à audiência os representantes do STICCERO, Anderson Machado, do SINICON, Renato Lima, o representante do Sistema das Indústrias e Comércio, Gilberto Batista, e como observadores da Comissão de Negociação, os presidente da CUT/RO, Itamar Ferreira, e representante da CONTICON – Confederação Nacional dos Trabalhadores, Ademilton Borges, que veio especialmente de Camaçari/BA para acompanhar e apoio a luta dos trabalhadores em Rondônia.